quinta-feira, 31 de julho de 2008

Posts passados ainda movem moinhos

Visitei meu blog antigo e tomei um susto. Mexi nele por um ano e meio. Tá certo que não no ritmo que tenho procurado imprimir por essas bandas, mas mesmo assim.

Por lá as coisas eram um pouco diferentes, o foco era outro, mas quando em vez tinha alguma coisa interessante. O que trago abaixo é uma dessas coisas, um post em que transcrevi uma parte do "Três Alqueires e uma Vaca", do Gustavo Corção, que é um ensaio sobre a obra de outro gênio G.K. Chesterton (falar nisso tem link novo na área, um deles justamente sobre este gigante). Segue:


"Outro exemplo do moderno interêsse pela infância pode ser encontrado num livro de Henri Pieron, onde êsse triste personagem descreve a pequena experiência que fêz com uma menina de dois ou três anos. Mancomunado com uma enfermeira, arranjou uma velha boneca e deu-a à menina. Depois ficou rondando por ali, ou deixou recado à sua cúmplice, para observar o momento em que a criança tomasse interêsse bem marcado e bem afetivo pela boneca. Chegado êsse momento começa a experiência. (Queria êle, parece-me, observar o fenômeno de associações psicológicas ou coisa que o valha). Muniu-se de um gongo ensurdecedor e pôs a boneca ao alcance da menina. Quando ela estendeu a mão para pegar a boneca deu êle uma forte pancada no gongo. A criança assustou-se, fêz bico, mas ao cabo de algum tempo voltou a pegar a boneca. Novo estampido. A criança chora. Novo intervalo e lá volta ela, obstinada, a estender a mão. Agora a enfermeira puxa o lençol da cama e a criança cai. No fim de uma dúzia dessas interessantes experiências do Sr. Pieron anota, satisfeito, que a criança já não pode mais suportar a boneca. Basta mostrar-lhe a boneca para que ela chore.

O leitor terá observado que descrevi a experiência do psicólogo com uma certa objetividade, defendendo-me de um natural sentimento, que prejudicaria certamente a serenidade da demonstração. Se êles querem ser científicos, eu também quero. É justamente o aspecto intelectual daquela experiência que mais me impressiona. principalmente considerando que o doutor era assistido por uma mulher. Chego a admitir, nessa ordem de idéias, que êle tivesse feito a experiência, mas o que me custa a admitir, é que não tenha passado pelo espírito cotejar o seu magro resultado. Bastava-lhe sair pela rua, perguntando a tôdas as boas mulheres que fôsse encontrando, cozinheiras e lavadeiras, para que elas lhe dissessem que há seis mil anos, pelo menos, as crianças maltratadas choram e pegam cismas. E tenho para mim que o observador deixou escapar um detalhe: provavelmente a criança chorava, mesmo sem boneca, vendo o psicólogo.

Com êsses e outros exemplos, eu chego à conclusão de que os pedagogos e sociólogos se interessam pela criança porque ela é a reserva de pelotões e porque ela é um material barato. Ou então eu chego à conclusão mais exata de que êles não se interessam absolutamente pela criança. E nesse ponto, deixando de lado problemas morais da mais relevante importância (que são aliás corolários de um desvio de razão), eu insisto em dizer que o nervo da questão está numa incapacidade de sentir o mistério onde êle se apresenta mais fulgurante, mais palpável, mais feérico, mais banal, mais extraordinário e mais cotidiano: a infância."


Tirando um pouco do contexto em que o exemplo se insere no texto do Corção, não posso deixar de associar a coerência macabra do psicólogo com a lógica desumana de muitos dos meus colegas do "direito". O princípio é o mesmo, a desumanização, ou nos termos de Corção/Chesterton, o esquecimento do mistério em prol de uma razão pura.

No exemplo acima mais vale a comprovação "científica" de algo evidente do que os maltratos à criancinha de três anos, no direito hoje mais vale manter a "coerência" do sistema legal construído pelos legisladores e julgadores do que aplicar a Justiça (estou falando do valor e não do que chamam de justiça, que é exatamente a coerência do sistema), ainda que isso signifique maltratos indevidos a uma pessoa.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Ainda sobre Jogos Olímpicos


Não é só na modalidade "desaparecer com católicos" que a China é campeã. Vamos à mais um tempo da cobertura do blogocop sobre os Jogos Olímpicos de Pequim 2008. Sobe a musiquinha tema.

Pois bem, corrida ao cristão e tiro ao alvo imóvel não são modalidades fáceis para os mais fracos, porém o Governo chinês (se você está na China nem tente procurar esta expressão, está censurada), resolveu o problema e parte de seus agentes se ocupam em correr atrás de senhoras grávidas e arrancar delas seus filhos ainda não nascidos, esteja ele em que fase da gestação estiver. Imagino que os mais fraquinhos esperem a mãe chegar no nono mês, assim ela corre menos.

É bem verdade que hoje a prática, implementada em 1978, foi oficiosamente abolida, mas ainda ocorre em vários lugares daquele país. Funciona assim: A largada é dada quando a mãe fica grávida antes de casar, p.ex., as autoridades correm atrás dela, arrastam para um hospital e injetam nela uma droga abortiva e dependendo do tamanho da criança esperam ainda alguns dias para retirar o feto.

Foi o que aconteceu com Jin Yani, então grávida de 9 meses. Ela cometeu o grave delito de ficar grávida cinco meses antes de se casar. Foi arrastada para um centro de aborto, onde sua filhinha, Yang Yin, foi morta com uma injeção. Dois dias depois retiraram seu corpo.

Jin Yani ainda pode se considerar sortuda, entrou com uma ação e pela primeira vez o judiciário chinês decide dar seguimento.

Histórias como esta não são exceção, a política de "um filho" é um dos programas principais do partidão lá deles, em janeiro deste ano, p.ex, centenas foram expulsos de seu quadro por a violarem.

Em abril de 2007, 61 mulheres haviam sido submetidas a este tratamento só na provincia de Guangxi.

Embora "abolido" pelo governo central o aborto forçado ainda é usado pelas autoridades regionais, sobretudo aquelas mais pressionadas pelas metas de natalidade, mas não é o único meio de garantir que a meta será batida, com ele são usados também a esterilização forçada e outros meios coercitivos, além da aplicação de multas.

Mas e ninguém diz nada? Diz sim, mas ai estamos falando de outra modalidade em que a China é campeã, a perseguição de dissidentes, como um senhor cego que foi preso por denunciar abortos forçados (ué, mas não era proibido??), mas isto é tema para um outro especial Olimpíadas 2008, blogocop e você, tudo a ver.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Como a Igreja construiu a civilização ocidental - III

Os monges foram responsáveis por difundir técnicas de plantio, de metalurgia e outras tecnologias (da invenção de relógios à astronomia, passando por máquinas movidas pela água e até pela aviação, com as primeiras descrições, já em 1670, da geometria e da física envolvidas em um objeto voador ou antes, no séc. XI, com um vôo de 600 pés).

A fundição de metais foi melhorada por eles a tal ponto que dois séculos antes da revolução industrial um mosteiro na Inglaterra já conseguia produzir ferro em qualidade equiparável à modernamente conseguida (mas Henrique VIII fechou-o depois de criar a Igreja Anglicana e confiscar os mosteiros).



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Jogos Olímpicos


Os Jogos Olímpicos vêm ai. Vou tentar fazer uma cobertura paralela do que rola por trás das câmeras oficiais.

Mas como sempre antes de cada Olimpiada tem aqueles filminhos dos jogos passados, também aqui vale um pequeno retrospecto do país sede.

A China é hoje o país que mais dá sumiço em católicos em todo mundo. Evidentemente não da "igreja católica" oficial, controlada e administrada pelo Estado, não, da Verdadeira, daquela que vive e cresce na clandestinidade, submissa ao Papa.


Só para que vocês tenham uma idéia, o país dos jogos tem hoje cerca de 35 bispos católicos mesmo, todos eles na clandestinidade, todos presos, desaparecidos, em prisão domiciliar ou sob vigilância.

Suas Excelências Reverendíssimas, bispo Su Zhimin e bispo Shi Enxiang, p.ex, foram presos em outubro de 1997 e abril de 2001, respectivamente, e nunca mais foram vistos. Sua Excia. Rev.ma, bispo Han DinXiang, foi preso em 1999 e morreu na prisão de maneira misteriosa em 2007, seus restos mortais não puderam ter um enterro católico, ele foi cremado seis horas após sua morte por ordem do governo chinês.

Sua Excia. Rev.ma, bispo
Julius Jia Zhiguo, 74 anos, já passou 18 anos na cadeia desde que foi sagrado bispo em 1980, atualmente está em prisão domiciliar, doente, sem poder receber visitas ou mesmo ser tratado fora de seu domicílio. Entre Janeiro de 2004 e agosto de 2007 ele foi preso 11 vezes.

Mais recentemente o governo chinês manteve em prisão domiciliar todos os padres da diocese de Shanghai durante o mês de Maio, para impedí-los de peregrinar para a Basílica de Nossa Senhora de Sheshan. Alguns leigos "clandestinos" também foram alertados a não peregrinar.

Pela mesma razão os Rev.mos padres Zhang Jianlin, 42 e Zhangli, 45 foram detidos pelas autoridades quando iam para Shanghai, dias antes do dia 24 de Maio, e desapareceram, não havendo notícia deles desde então.

Apesar da perseguição a Igreja cresce, como cresceu fortalecida pelo sangue dos mártires nos primórdios. " O Sangue dos mártires é semente de novos cristãos" (Tertuliano).

Um pouco mais sobre essas notícias você encontra aqui

Mais sobre a situação da Igreja na China você encontra na Fundação Cardeal Kung.

Aguardem novos posts sobre o assunto em breve.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

terça-feira, 29 de julho de 2008

E quando você pensa que acabou...



A folha on-line dá conta de que há um projeto de lei em São Paulo para tornar a Rua Frei Caneca em uma "rua gay".

Esta proposta já causou o descontentamento do pessoal que mora no bairro em que fica a rua, que leva um nome religioso e possui uma igreja, e web afora tem gerado discussões, mas, primeiro, o que seria uma rua gay?

Segundo informa a reportagem o projeto "prevê o alargamento das calçadas, a instalação de equipamentos urbanos e a mudança na iluminação, com alusão à bandeira do arco-íris". Ou seja, seria uma rua decorada de forma a homenagear a opção sexual de alguns.

E é bom que isso fique bem claro: não se trata de respeito à pessoa, mas de homenagem à uma preferência sexual. Direito a ser tratado como pessoa humana todo mundo tem e quando este direito é violado as punições cabíveis devem ser aplicadas. Isto é completamente diferente de querer que seu prazer pessoal seja comemorado e homenageado.

O mais perigoso, entretanto, é o pessoal que leva isso a sério. A opção sexual passa a valer mais do que qualquer outra coisa, inclusive a religião e ninguém pode sequer achar que a escolha que eles fizeram é errada. Vide lei da homofobia.

Mais aqui e, principalmente, aqui (recomendo mesmo, leia :-))




"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Somos maioria

"eu espero que mamãe seja pró-vida"


Mais uma vez o Possível e o Extraordinário traz uma notícia interessante: 72% dos jovens do nosso país não querem a legalização do aborto.

Não chega a ser novidade isto de que somos maioria. Outro dia mesmo a Datafolha fez uma pesquisa (afinal é o que ela faz) e descobriu que 87% dos brasileiros acham o aborto moralmente errado. Somos um país conservador... Bom, ao menos o povo é, como se pode constatar no "A Cabeça do Brasileiro".

Essa pesquisa nova mostra que há menos jovens conservadores em comparação com o total da população (o que era de se esperar), mas também mostra que todo o trabalho de doutrinação, que tem começado cada vez mais cedo e ido cada vez mais longe, não está com essa bola toda. Graças a Deus!



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Como a Igreja construiu a civilização ocidental - II

Os monges restauraram a agricultura quando ninguém mais podia fazê-lo, criaram novas técnicas e transformaram várias áreas antes incultiváveis.

Foram grandes produtores de vinhos, sendo responsáveis por algumas das variedades que temos hoje. Um monge inventou o champagne, p.ex, através da experimentação com vários vinhos.

Também foram responsáveis pela criação de máquinas para aumentar a produção e facilitar algumas tarefas diárias.

sábado, 26 de julho de 2008

Como a Igreja construiu a civilização ocidental - I

Muitos dos que me conhecem sabe o apreço que tenho pela Idade Média, mas provavelmente poucos sabem o porque. Imagino que as pessoas devam pensar logo em cavalaria, lendas, feitos herócios, esse tipo de coisas que geralmente encantam os "fãs" da Idade Média, mas dou uma pequena dica: não é por ai que vai meu pensamento.

A Idade Média foi uma verdadeira idade de Luz. O que a modernidade tem de bom muitas vezes encontra suas bases em pensamentos construídos pelos que viveram naquela época e muito do que ela tem de ruim vem da negação de princípios que governavam a vida de então.

Ademais, tudo o que somos hoje devemos ao que nos foi legado pela tradição ocidental, sobretudo: filosofia grega, direito romano e a Igreja Católica, de cuja herança tratarei nessa série.

Assim sendo, começo com cinco hoje:

- A Igreja foi muitas vezes responsável por introduzir a lei dos Evangelhos aos bárbaros, poupando assim Roma e o que nela havia de danos maiores;

- O Ocidente foi salvo da barbárie, das invasões de mouros e do Arianismo pela conversão do Reino Franco;

- A Renascença Carolíngea foi responsável pela recuperação de diversas obras clássicas. Todo o nosso conhecimento de literatura antiga se deve à coleta e cópia feita pelos homens da Igreja (monges) na época do imperador Carlos Magno, as cópias mais antigas que temos hoje datam desta época. Copia-se também vários manuscritos latinos, tanto clássicos como patrísticos;

- No Império de Carlos Magno, sob a influência de Santo Alcuíno de York, monge e padre, se retomou o modelo antigo de educação, com o quadrivium (Astronomia, música, aritmética e geometria) e o trivium (lógica, gramática e retórica).


- Nesta mesma época: surgem as primeiras escolas pós-Roma, junto as catedrais; Carlos Magno, influenciado por Santo Alcuíno, incentiva a criação de escolas e cria a sua própria; Se desenvolve, e se espalha (graças a ação do sucessor de Santo Alcuíno como abade), a escrita conhecida como "minúscula carolíngea" que é responsável pela facilitação da comunicação, dado que até então a escrita era de difícil compreensão.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Os 11 piores produtos para bebês

Para compensar esses dias sem postagens trago uma lista dos piores produtos já feitos para bebês.

Não pude deixar de copiar a idéia do, agora já figurinha fácil aqui no blog, Creative Minority Report.


1) Travesseiros em forma de mãos:

Isso não assusta ninguém não??












2) Pendurador de bebês:

Acho que serve para pendurar os bebês nas divisórias dos banheiros, para os pais poderem fazer suas necessidades. Sinceramente, dá até para entender um negócio destes, mas não é difícil prever que vai ter gente pendurando os pobrezinhos toda hora, para qualquer coisa.





















3) Cordão umbilical:

Quer passear com seu filhote sem se preocupar com ele!? Eu já tinha visto uma versão parecida, mas de mão, parecia uma coleira, essa eu achei menos ofensiva mas, ainda assim, me assusta tratar crianças como animais.



















4) Cela para pai:

Essa é péssima. O sujeito que inventou isso não tem o mínimo de noção. Fora todo o mal gosto ainda há o risco da criança se desequilibrar e cair.


















5) Fantasia de hamburguer:

Sem noção demais. Azar do bebê se o traje não é confortável, o que importa é que os pais e amigos darão muitas risadas.














6) Salto-alto para bebês:

Eu já não gostava de criança vestida como adulto, com isso agora então...

















7) Bebê pano de chão:

Sério, precisa comentar uma coisa dessas?












8) Cavalinho de joelho:



















9) Chupeta com dentes de coelho:

Para que esperar seu filho crescer para rir da cara dele quando se pode ridicularizá-lo desde pequeno?
















10)Tatuagens para bebês:

E quando a gente acha que não piora...




















11) Perucas para bebês:

Como eu ia dizendo...

Este nem estava na lista original, mas eu sabia que existiam e resolvi adicionar.
















"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Sobre a Técnica

"A técnica é inebriante por duas razões fortes. Primeiro, porque dá à inteligência uma satisfação vertiginosa; segundo, porque todos se maravilham com suas prestidigitações" (Gustavo Corção in "A Descoberta do Outro", logo na primeira página)
Não é sem motivo que na modernidade o cientista se ache no direito de dar pitaco sobre qualquer coisa, mesmo sobre aquilo que não entende. Está inebriado com seu próprio ego.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pensar dói.

Já repararam como geralmente o ser humano é avesso ao autosacrifício?

Isso sempre foi assim, mas é agravado nesses tempos difíceis em que somos levados a acreditar que somos o centro do universo.

Queremos que tudo nos seja dado facilmente, de preferência sem qualquer esforço, tudo mastigadinho, mesmo nossos pensamentos porque, siiim, pensar dói.

Pensar dói, toma tempo, dá trabalho, dor de cabeça, angustia.

Quem tem um mínimo de humildade acaba querendo que o conhecimento venha do nada, num piscar de olhos, sem ler muito, sem remoer muito as idéias, sem obrigá-las a ter coerência entre si e com a realidade, quase que por intuição, como nos desenhos animados quando uma lâmpada acende em cima da cabeça. Já quem acreditou no conto do vigário moderno acha que nem precisa de nada disto, qualquer opinião que emita é boa e vale a mesma coisa que a de qualquer um.

Claro que há excessões, mas mesmo aqueles que se esforçam são tentados a parar quando começa a doer, sobretudo quando o conhecimento que obtêm não pode ser transformado em glória própria, em reconhecimento público de sua capacidade.

Não há remédio milagroso, quem quer buscar a verdade deve começar a se acostumar o quanto antes à disciplina e à dominar seus apetites desordenados. O jejum e a oração são um verdadeiro bem, são mais proveitosos às almas do que um milhão sensações agradáveis.


"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Tu és a luz Senhor!

Algo que notava quando participava do encontro de adolescentes, que noto agora que acompanho discussões pela internet e muitas vezes notei também em mim: Como nossa vida espiritual reflete pouco, ou nada, no conjunto de nossas ações. Como conseguimos viver nossas vidas como se a fé católica fosse apenas uma parte acessória no conjunto de escolhas que fazemos todos os dias.

Não estou nem falando daquelas pessoas que são católicos de missas de sétimo dia, nestas é mais do que compreensível que suas ações não tenham nem um fundo de motivação espiritual. Mas naquelas que vão à missa todos os domingos e que tem um mínimo de amor por Cristo e sua Igreja é preocupante que reservem à sua fé apenas um papel coadjuvante.

E preocupante por quê exatamente? Porque estamos tratando de algo que não é simplesmente uma parte de nossa vida, mas algo que dá significação a toda ela. Se olhamos para alguém necessitado, seja de comida, seja de amor, por exemplo, é a maneira com que encaramos a realidade que nos move ao seu auxílio, é porque somos católicos que sabemos qual atitude devemos tomar. Se fossemos comunistas, v.g, a nossa "crença" nos afastaria daquele necessitado querendo um pão, pois a esmola estaria retardando a revolta do pobrezinho e perpetuando o "sistema".

Em outras palavras, poderia dizer que é Deus e seu plano que deveriam dar luz aos nossos atos, que deveriam guiar nossos passos, não só alguns deles, mas todos e todo o tempo, pois só a partir deles é que sabemos que alguém passando fome não é um nada, mas alguém que deve ser saciado, que um filho não é um indivíduo que deve "se virar" sozinho, mas alguém a quem Deus me deu o dever de proteger, que o patrão não é um explorador que me oprime, mas alguém que possui uma autoridade que deve ser respeitada.

Por outro lado, mesmo as ações mais corriqueiras podem e devem ser direcionadas ao louvor à Deus, podem e devem ser transformadas em um ato de amor Àquele que primeiro nos amou. Quem amando verdadeiramente à Deus não desejaria agradá-lo a cada minuto de sua vida? Mas muitas e muitas vezes nos esquecemos de que a fé não é só um certo número de ações mais ou menos previsíveis, como ir à missa aos domingos.

Para quem crê em Cristo é imprescindível vestir-se dEle, é imprescindível, como era costume até pouco tempo, iniciar e terminar todas as nossas ações com o santo sinal da cruz, inclusive o acordar e o deitar-se, criar um hábito de oração e de contemplação durante o dia todo, dar sempre graças a Deus, preocupar-se com nossa salvação sempre, julgar tudo o que fazemos conforme a moral que nos é ensinada pela Igreja e fazer tudo por amor à Deus, sobretudo quando envolve pequenos sacrifícios.

***

Tempos atrás fiquei sabendo que uma senhora havia se acidentado em um lugar movimentado e que ninguém parou para socorrê-la, só um jovem que viu a cena se prontificou, ajudou-a e levou-a ao hospital. Ao ser questionado pelo motivo do seu ato ele respondeu: "que católico eu seria se não a ajudasse".

Outra pessoa viu um senhor se acidentando de bicicleta e parou o carro para ver se ele precisava de socorro, por quê? "Eu sou católico, tenho que ajudá-lo".

São ambos casos reais, apenas omito os nomes por amor à alma dos protagonistas. São atitudes que ilustram um pouco a atitude que um católico deve procurar ter. Se lhe faltar ânimo para fazer a coisa certa diga para si mesmo: "Eu sou católico, tenho que fazer isso mesmo que me custe".



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Concessão de comenda - II

Conforme consta do art 2º do decreto nº 1 deste blog, decido conceder a comenda "São Pio X", em homenagem póstuma, ao senhor Jeferson Silva de Andrade, de 28 anos.

Jeferson morreu baleado na noite de quarta-feira (17), cumprindo o dever que lhe foi dado por Deus de proteger sua filha. Segundo consta da reportagem ele chegou a correr, mas voltou ao ver que sua filha estava no meio do fogo cruzado. Morreu, vítima de dois tiros, mas salvou sua filha, que ficou ferida na perna.

Com tal ato de bravura contrariou o individualismo modernoso, dando sua vida pela proteção de uma outra, cumprindo, ademais, o dever de pai que lhe foi dado por Deus.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Ressaltando - I

Sempre que posso falo um pouco da modernidade, do comunismo e de como estas coisas nos levam para o buraco. Contudo, por conta das muitas linhas algumas coisas podem não ter ficado claras o suficiente, então decidi repetir de forma mais sucinta possível, a começar por:

A ideologia comunista não presta.

Pode até ser que um desavisado caia na balela pregada por Marx por excesso de bondade e falta de tutano, achando que vai ajudar as pessoas promovendo uma revolução proletariada, mas 100% de boa vontade não fazem uma boa ação. Ainda que fossem todos cheios de boas intenções não há bem que possa advir do desprezo da única peça que conta, a pessoa humana.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Nossa Senhora do Carmo


Hoje foi dia da Festa de Nossa Senhora do Carmo, ou do Monte Carmelo.

Não poderia deixar de lembrar essa festa aqui, até porque é em honra da dona do blog.

A Ordem carmelitana, à qual pertenceram minha amanda irmãzinha Santa Teresinha do Menino Jesus e São João da Cruz, que também é figurinha fácil aqui no blog, considera seus fundadores o Profeta Santo Elias -- que viveu no Monte Carmelo, na Terra Santa, e que séculos antes da vinda ao mundo de Nosso Senhor já vira sua Santa Mãe simbolizada numa nuvenzinha -- e seu discípulo Santo Eliseu.

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, dado pela Santíssima Virgem a São Simão Stock no século XIII da Era Cristã, é ao mesmo tempo o privilégio maior e o sinal distintivo da espiritualidade carmelitana.

Quem quiser saber mais pode dar um pulinho aqui.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Cenas dos próximos capítulos

Meus prezados,

Estou dando os últimos retoques em uma campanha que pretendo iniciar na blogosfera católica, algo que pretende não só unir ainda mais blogs que vire e mexe aparecem por aqui (por enquanto só o Possível e o Extraordinário já é parceiro certo e confirmado) como fazer o leitor colocar um pouco a mão na massa.

Preparem seus terços e aguardem, ainda esta semana devo dar notícias mais detalhadas



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Cansados de impostos


Por estes dias alguns clientes me confidenciaram: "doutor, vou fechar minha empresa e trabalhar em casa, só mexendo com quem não ligar de ficar sem nota fiscal. Vou ganhar menos mais vou ter menos dor de cabeça também". Achei bem sintomático.

Geralmente eu escuto esse tipo de coisas e, a bem da verdade, não tem como não dar razão aos pobres coitados... sim, pobres-coitados, ao contrário da idéia vendida por aí não são crápulas bolando planos maquiavélicos para sonegar impostos, mas geralmente empresários mais velhos que após anos de trabalho árduo cansaram de gastar seus neurônios com contadores, promoções, inflação, CPMFs, taxa de juros, obrigações acessórias e decidem voltar ao que sabem fazer: produzir, comerciar, prestar serviços. Muitos deles, as vezes com mais de trinta anos de empresa, não tem nenhum grande patrimônio, vivem às duras penas, estressados, desiludidos, alguns até deprimidos. Os que ainda conseguiram juntar alguma coisa em tempos menos ingratos agora estão perdendo até isto nos tribunais.

Geralmente esses desabafos vêm aos poucos, muitos querem só sondar minha opinião, mas não os últimos com quem conversei, estes estavam decididos e foram alguns em um curto espaço de tempo, por isto achei interessante.

Sinceramente? Acho que não podia ser diferente. O sujeito quer trabalhar, ganhar seu pão, se divertir, criar seus filhos e o Governo dificulta demais, nada mais normal do que dar um pé na bunda do Governo. Normalmente a pessoa passa a respeitá-lo mais ou menos como a um Pai alcoólatra, que merece respeito pela posição mas suas ordens imorais são ignoradas.

Como aquele pai o governo tenta se fazer impor em um primeiro momento, bate, quebra tudo, xinga todo mundo, tenta diminuir a figura do filho chamando-o de ingrato, acusando-o de não cumprir seus deveres, mas quanto mais o Estado apertar as rédeas, mais gente vai sair da dita "formalidade" para negociar sem a sua intervenção.

Mas por favor meus prezados, não me entendam mal, não estou pregando um anarquismo, o que estou narrando é uma reação natural, é a descrição de um fenômeno que creio estar presenciando. Ademais, quem negaria aos escravos o direito de tentar fugir, ou às vítimas de se defender? Para quem não entende a situação em sua profundidade a coisa toda pode parecer puro egoísmo, pura vontade de ganhar dinheiro fácil, mas lhes garanto, não passa nem perto disto.

O problema maior, a meu ver, é o estado de espírito que se cria. De um lado, se o costume é desobedecer, aos poucos até as regras a que se deveria obedecer passam a ser descumpridas e a figura da autoridade, que em si é legítima, passa a não significar muita coisa e isto pode levar ao caos. Por outro lado não vejo no governo (nem em ninguém da chamada oposição) a sabedoria de facilitar as coisas, ao contrário, a própria formação ideológica, anti-natural, e, pois, anti-católica, dessas pessoas tende à perseguição daqueles que eles acreditam ser os verdadeiros vilões da história e ao totalitarismo de um estado onipresente, controlando cada minúcia da vida de cada um dos seus cidadãos, o que, como vemos nos exemplos de outros países, acaba só acelerando o processo para o caos.

O que se pode fazer é rezar e preparar aqueles que têm uma certa possibilidade de liderança para serem nobres, para serem capazes de entender a realidade, a natureza humana, a moral e controlar e guiar aqueles que naturalmente se aproximarão de sua liderança em caso de desordem generalizada, caso contrário, se o caos vier, o prejuízo será muito maior.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

terça-feira, 15 de julho de 2008

Interlúdio Musical

Há algum tempo que não trago uma musica para o blog. Lembra? Se aquele já estava bom este então é excelente, um dos meus preferidos.

Trata-se de uma parte do Requiem composto por Mozart, mais especificamente o "Dies Irae". Tinha até um vídeo melhor, mas este era só o "Dies Irae", tinha legenda (coisa bem rara) e a Igreja parece ser linda (muito embora não seja local para isso).

O Requiem é uma missa composta para um funeral. Esse título é tirado da frase: "requiem aeternam dona eis" (dai-lhes o repouso eterno). Portanto o clima é de tristeza, de dor, mas também de esperança na ressureição e de temor do julgamento que a de vir para todos.

Recomendo a todos que escutem, nem que seja só uma vez, só para ficar conhecendo. Não custa nada, é só 1 minuto e 42 segundos e, desde que o volume não esteja no máximo, não vai doer, prometo.

Abaixo deixo a letra do "Dies Irae" com a tradução em português




Dies Irae:

Dies irae, dies illa Dia de ira, aquele dia

Solvet saeclum in favilla No qual o mundo se tornará em cinzas

Teste David cum Sibylla Assim testificam Davi e Sibila

Quantus tremor est futurus, Quanto temor haverá então,

Quando judex est venturus, Quando o Juiz vier

Cuncta stricte discussurus. Para julgar com rigor todas as coisas.




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Wall-E


Acabo de chegar do cinema. Fui ver o desenho da Disney/Pixar, Wall-E.

Não tenho muito a dizer. Se eu quisesse encontrar defeitos eu até encontraria, mas seria muita vontade de ser chato e não estou com vontade agora. O filme é bom. Aliás bom não, ótimo, recomendo.

Sou meio suspeito pois gosto de desenhos, principalmente essas feitas inteiramente no computador, mas achei incrível como conseguiram passar emoções com um personagem que praticamente só tem os olhos e um corpo quadrado para expressá-las.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Você pode não ser católico se..

1 - Quando lhe perguntam qual sua religião você diz: "sou de família católica";

2 - Você já disse: "Sou católico mas tenho minha própria opinião sobre Jesus Cristo";

3 - Você já defendeu alguma idéia dizendo que é "o Espírito do Vaticano II";

4 - Você acha que o aborto é um direito da mãe;

5 - Você é consultor de religião dos grandes veículos de comunicação;

6 - Você se faz chamar de Frei Betto;

7 - Você carrega bandeiras do MST para missas;

8 - Carrega bandeiras do MST para qualquer lugar;

9 - Não lembra nem por alto qual o último ano em que se confessou;

10 - Você diz: "A Igreja só se interessa por dinheiro";

11 - Você não entendeu qual o problema com o "Código da Vinci";

12 - Você acha que o papel primordial da Igreja é ajudar na criação de uma sociedade igualitária;

13 - Você defende a existência de uma sociedade em que todos sejam iguais;

14- Se acha "mais espiritualista do que religioso";

15 - Acha que Jesus foi "um grande filosofo";

16 - Você tem uma camiseta com a foto do "Che Guevara" sem nenhuma gozação e a usa;

17 - Acha que Che Guevara e Fidel Castro são grandes heróis. Se os compara a São Francisco pior ainda;

18 - Você alguma vez já disse: "religião não importa";

19 - Acha que Leonardo Boff é um grande teólogo;

20 - Você alguma vez na vida se fez chamar de Leonardo Boff;

21 - Costuma ir ao centro espírita;

22 - Não lembra se foi à missa na última Páscoa;

Quem quiser pode continuar a lista...

Tópico baseado em um do blog Creative Minority Report.




"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Da Felicidade

Toda pessoa nasce com um desejo de Felicidade no coração.

Nossa alma foi criada assim, é inevitável. Ninguém em sã consciência busca ser triste. Pode procurar entre seus conhecidos, não vai achar ninguém que tenha como objetivo na vida "ser triste".

Portanto, não há problema algum em querer ser feliz, é antes uma resposta natural ao anseio que nos foi dado pelo próprio Deus. Dificil mesmo é saber onde buscar a felicidade.

Primeiro porque a própria experiência demonstra que a Felicidade a que buscamos não é passageira. No dia seguinte a uma grande felicidade ainda continuamos querendo ser felizes.

Segundo porque, conseqüência do primeiro ponto, a Felicidade não pode esconder em si um mal, não pode ser enganosa, ou muito provavelmente sofreremos.

Terceiro porque nossas almas almejam a Felicidade em seu grau máximo, ainda que estejamos felizes sentimos que o podemos ser mais, e buscamos mais.

Desses três pontos podemos concluir que jamais seremos saciados na Terra (aliás com muita poesia a "Salve Rainha" nos lembra que estamos em um Vale de Lágrimas) o que equivale a dizer que somente estaremos saciados no Céu. Fomos feito para Deus e só nEle encontramos nossa paz.

É uma solução evidente e que deve guiar até as escolhas das nossas pequenas alegrias terrenas, mas que muitas vezes é deixada de lado, trocada, mesmo por quem é cristão.

Quando se opta por ser feliz aqui e agora, tentando alcançar aqueles três pontos em vida, o resultado é sempre catastrófico, mesmo se não levarmos em consideração a danação eterna. Ainda em vida o sujeito sentirá as conseqüências dessa opção. Por quê digo isto? Porque viver é sempre estar em relação com outra pessoa (já repeti isto várias vezes por aqui, já está na hora de aprender :-)) e é incontornável o fato de que vez ou outra a felicidade de uma pessoa corresponda à infelicidade de outra. Viver sozinho também não é uma opção, como diria o poeta: "é impossível ser feliz sozinho".

Para resolver isto as pessoas que não se importam com o além têm que abandonar pelo menos uma das duas últimas características que citei acima.

Uns abandonam a vedação de uma falsa felicidade (aqui no sentido meramente terreno, pois trará tristeza durante a vida) e se entregam aos apetites, geralmente com a maior intencidade e com a maior freqüência que conseguirem, para evitar intervalos muito longos e, com eles, as conseqüências de suas ações. Todavia, os frutos aparecem e então o sujeito fica miserável e entra em um círculo vicioso, aumentando a dose para fugir da tristeza que o persegue.

Uns param de procurar tanto uma felicidade duradoura quanto sua intencidade, vivendo de apetites, mas moderando-os, para evitar sofrimentos muito grandes nos intervalos. Mas como antes, é certo que eles virão.

Um terceiro tipo, por fim, abre mão só da intencidade, ainda querendo que a felicidade dure para sempre, ou o máximo possível, mesmo que em menor escala. É o sujeito que vai fazer de tudo para não sofrer, para não ter desgosto, para não se preocupar, etc.. É, talvez, onde a maioria tenta viver: sem grandes apetites, sem grandes vícios e sem grandes sofrimentos. Ainda não é possível viver sem sofrimentos, mas o mundo moderno tem oferecido cada vez mais ajuda para essas pessoas: Remédios contra a dor, programas de TV, internet, joguinhos de computador, pequenas drogas, individualismo (afinal o outro sempre atrapalha a calmaria total... e nesse ponto talvez Sartre tenha razão, " o inferno são os outros"), etc..

Destes três tipos de pessoas talvez o mais preocupante seja, justamente, este último. Como crianças mimadas nós aprendemos com o castigo, com o sofrimento (é o Bem maior que Deus tira do mal que permite acontecer), em um mundo em que o sofrimento é afastado continuaremos mal-criados, e se para isto abrirmos mão da paixão viveremos quase como zumbis.

Algumas questões continuam em aberto para mim. É possível um mundo sem sofrimento? Acho que não, pelo menos não sem uma droga. Como, num mundo assim, as pessoas deixariam de agir como crianças mimadas? Como, num mundo assim, o Evangelho, que exige necessariamente sacrifício pessoal, poderia ser proposto?

Para as pessoas que optaram a viver no mais ou menos faço um convite/alerta: Há uma felicidade plena, que inclusive pode ser experimentada já em vida, mesmo quando acompanhada de sofrimento.

Um último esclarecimento. De uma maneira ou de outra todos nós buscamos falsas felicidades (do ponto de vista eterno aquilo que não leva à Deus é uma falsa felicidade), mas quem busca Deus não deve organizar sua vida em função delas, mas evitá-las. Tratei aqui daquelas pessoas que buscam saciar o seu desejo de Felicidade em vida e organizam seu viver em torno disto (e como tem cristão nessa onda).

p.s: 1) Quem já leu o "Admirável Mundo Novo" deve se lembrar da vida dos habitantes do futuro imaginado por Adous Huxley, principalmente o "soma", que impedia os ataques da tristeza. Quem não leu, recomendo.

2) Sobre o assunto talvez seja interessante ler também a "Rebelião das massas", de Ortega y Gasset, para entender mais sobre o homem moderno como criança mimada.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

domingo, 13 de julho de 2008

Das coisas que não entendo...

...Como alguém pode se achar cristão independente de religião ou do "seu próprio jeito"?

Sério. Até faço um esforço para achar que geralmente quem pensa assim tem pouca culpa do estado em que se encontra, mas embora seja "perdoável" em alguns casos continua incompreensível.

Não dá para entender como alguém pode achar que porque leu meia dúzia de versículos, quando muito, está pronto para agir como se até então ninguém tivesse entendido nada. Mesmo sem nunca ter estudado nada de teologia ou filosofia, sem nunca ter lido nenhum escrito dos Padres da Igreja (escritores cristãos dos primeiros séculos), sem dar a mínima para toda a tradição destes dois mil anos, porque pegou um texto em que conseguiu conectar algumas palavras, se acha pronto para ser profeta da sua própria "religião" de um homem só.

Falo daquele menino ou menina a quem convenceram de que era brilhante, único de sua espécie, centro de todo universo, e que juntou meia dúzia de coisas que acha que entendeu da Bíblia com algumas idéias politicamente corretas que viu na novela, passou pelo crivo do próprio prazer pessoal e formou o que chama de "sua" opinião, a qual geralmente não está disposto a ver confrontada em um debate e para a qual não tenta converter ninguém. Sabem de quem estou falando?

Todo mundo conhece pelo menos um. É aquele tipo que na mesa do jantar quando você fala que o cristão tem que ir à missa todo domingo ele, com todo seu brilhantismo, diz: "Eu não concordo". Por quê? "Porque é a minha opinião, da licença?". Claro que dou licença, só não me venham dizer que é cristão, aliás, tem a mesma licença que dou para um louco dizer que é uma galinha.

Veja bem, portanto, que não estou tratanto aqui daquele sujeito que ao menos tem a coragem de confrontar sua "revelação" particular com outras, que se outorga a autoridade de pastor e sai falando abertamente, tentando convencer os outros, aí o problema é grave, tem a mesma raiz, mas é outro.

O sujeito que não consigo entender é geralmente aquele que só está procurando uma desculpa para deixar sua consciência mais calma, que não quer saber de deveres só de "bençãos". É evidente que até aqui eu consigo entender. É fácil perceber que as pessoas, principalmente nos nossos dias, têm uma tendência a querer saciar a sede de felicidade que guardam dentro de si com respostas imediatas, aqui e agora, e que acabem criando um "deus" que satisfaça essa necessidade. Trocam o Deus Verdadeiro por um "deus" tirado de suas cabeças. Isto é a própria definição do pecado.

O que não consigo entender na verdade é o que se passa na cabeça de uma pessoa para se convencer de que, malgrado dois mil anos de cristianismo, ninguém nunca entendeu nada e ela, ratificada talvez por dois ou três amigos, sacou direitinho qual é o lance da parada. Qual o grau de desconecção com o mundo real em que uma pessoa precisa estar para achar tudo isto normal? Para achar que segue verdadeiramente Jesus? Para que mesmo quando confrontada com sua própria contradição continue defendendo SUA opinião, pelo único mérito de ser SUA e nada mais? Quanto orgulho é necessário para deixar uma alma em tal estado? Como se chegou a ponto?

Daqui a pouco neguinho vai estar correndo de encontro à parede gritando: "na minha opinião não existe parede!!! na minha opinião não existe parede!!!". Sinceramente, não compreendo.

Ahh, você é um daqueles que tem SUA opinião? Você não sabe o que está perdendo.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"



sexta-feira, 11 de julho de 2008

Preocupado, cansado, abatido?


Sacerdote: Confitebor tibi in cithara, Deus, Deus meus: quare tristis es, anima mea, et quare conturbas me?

Povo: Spera in Deo, quoniam adhuc confitebor illi: salutare vultus mei, et Deus meus.
S: Cantar-Vos-ei, ó Deus, Deus meu, ao som da harpa. Por que estás triste, ó minha alma, e por que me inquietas?

P: Espera em Deus, porque ainda O hei de louvar, Ele, que é meu Salvador e meu Deus.

(excerto da Oração Preparatória - salmo 42, 1-5 - primeira parte da Santa Missa como está no missal de 1962, forma extraordinária do rito romano)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Para rir um pouco

Para quem está cansado da mesma ladainha esquerdista nos jornais recomendo a visita ao Opinião Popular, trata-se de uma ótima sátira.

O post mais recente, pra vocês terem uma idéia, é a proposta de criação de cotas para idéias originais, para que a genealidade de alguns não oprima a maioria que não tem essa capacidade.

Dica encontrada no Pai, perdoai-lhes; eles não sabem o que escrevem.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Do Mestre aos mestres, com carinho.


"A liberdade autêntica nunca pode ser atingida voltando as costas para Deus. [...] Quando não se reconhece como definitivo nada que ultrapasse o indivíduo, o critério último para julgar acaba sendo o 'eu', e a satisfação dos próprios desejos imediatos. A objetividade e a perspectiva, que derivam exclusivamente do reconhecimento da essencial dimensão transcendente da pessoa humana, podem acabar perdendo-se. Nesse horizonte relativista, os fins da educação terminam inevitavelmente por reduzir-se. Produz-se lentamente uma queda dos níveis. Hoje notamos certa timidez perante a categoria do bom, e uma busca ansiosa das novidades do momento como realização da liberdade"


(Papa Bento XVI, falando aos professores e administradores de universidades católicas, no encontro na Catholic University os America, recordando o verdadeiro sentido da liberdade)



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

terça-feira, 8 de julho de 2008

Isto tem como dar certo?

O governo gastar rios de dinheiro para propagandear que as coisas estão boas.... isto tem como dar certo?

Primeiro - Para que propaganda? Se o ensino melhorou quem tem filho sabe, se tem hospital para todo mundo os doentes sabem, se a segurança está uma maravilha todo mundo sabe. O objetivo da propaganda nao é documentar, é vender um produto e no caso o produto não é "o país está melhorando como nunca antes na história", esse é o slogan, o produto é o governante... Mas espera um pouco, isso não é campanha política? Quer dizer que aquele imposto de renda desgraçado que descontam direto no seu contra-cheque serve para isto? Siiimmmm.

Segundo - Quem escolhe onde publicar? A mídia que publica essas propagandas tem toda o interesse de não perder o cliente. Pergunto, algum jornal que queira a Coca-Cola como anunciante vai falar mal dela todo dia? Agora imagine um anunciante muito maior do que a Coca-Cola. É fato notório que algumas revistas quase quebraram porque da noite para o dia deixaram de receber propagandas estatais, enquanto outras foram tão beneficiadas que passaram a ser consideradas grandes... Mas espera um pouco, isso não é uma espécie de censura? Dá para confiar em alguma empresa de comunicação que tenha como cliente o governo (inclusive as empresas controladas por ele)? Eu não confio.

Terceiro - Quem é que diz quanto vale uma campanha? A precificação é subjetiva, fulano cobra o quanto o ego dele diz que ele vale... Mas espera um pouco, e se a qualidade for ruim? Azar o seu que não só está sendo obrigado a pagar por uma porcaria como também tem que assisti-la em casa.

Quarto - Do jeito que as coisas funcionam, milhões de dólares circulando sem ter como controlar a precificação não são um chamariz para a corrupção? Sim, o sujeito leva a concorrência, coloca um preço exorbitante e divide com seus padrinhos.... ou melhor, financia as campanhas... Mas espera um pouco, mais uma vez nosso suado dinheirinho está indo para na campanha política de um particular? Agora tenho que dizer que não... não é só para a campanha política, fica um pouco no bolso também.

Ai eu pergunto novamente: Isto tem como dar certo?



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Novos Tempos??


Quem acatou minha sugestão e visitou o blog da Maria Évora pode ter topado com o seguinte comentário dela no final de um post:

Temos como importar alguns católicos brasileiros para Portugal? Quem sabe possamos fazer o inverso do que fizemos nos tempos de Cabral! Vamos colonizar Portugal de Católicos ultramontanistas brasileiros... Ótima idéia!
Coincidentemente algumas semanas faz o Wagner do O possível e o Extraordinário havia feito um comentário semelhante sobre uma possível nova aurora do pensamento católico no Brasil:

Mas também tempos de nova primavera na defesa da fé católica…
Há muito tempo venho reparando este prenúncio de mudança de rumos, mas não só em relação à defesa da fé como também, e talvez sobretudo, no resgate de um modo de pensar genuinamente católico, coincidente com as raízes da civilização ocidental.

Não dá para mensurar o tamanho desse movimento de volta, talvez ainda seja muito pequeno e ainda restrito, mas para quem acompanha a mais de 10 anos não deixa de ser um crescimento significativo.

Quem poderia pensar lá nos tempos da internet à manivela que um dia em uma comunidade de Católicos com quase 400 mil (você leu certo q-u-a-t-r-o-c-e-n-t-a-s m-i-l) pessoas inscritas a Teologia da Libertação não teria voz nenhuma?

Quem poderia pensar que o Sua Emcia. Rev.ma., o Cardeal do Rio de Janeiro, acolheria em retiro pessoas que se conheceram pela internet, proporcionando para eles palestras, missa nova em Latim e, talvez, também a missa tridentina?

Concordo que essa "nova primavera" vem chegando sim, vem se organizando, vem arrebanhando cada vez mais inteligências, mas a meu ver o passo decisivo ainda está para ocorrer: a ultrapassagem do meramente virtual para, com a mesma força, estender a influência ao mundo real. Caminho que parece naturalmente já estar acontecendo, com a criação de pessoas jurídicas, com o lançamento de livros, com retiros, etc..

É esperar e rezar.


"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Mais propaganda

Sabe aqueles dias em que nada que fazemos fica bom!? Pois é, hoje comecei e abandonei três novas postagens, não conseguia ir além do segundo parágrafo.

Mas Deus não permite que um mal aconteça sem que dele possamos tirar um Bem maior e parece que foi este o caso. Na falta de algo original resolvi dar uma passeada pela internet para ver se encontrava alguma coisa boa... e encontrei, mais um blog para indicar nos meus links.

Trata-se do Casa Católica, de autoria da Maria Évora, diretamente de Portugal (salvo engano o primeiro entre minhas indicações). Ainda está engatinhando, tem um mês de vida, mas já mostra potencial e, melhor, faz com muito mais competência e coerência aquilo que tento fazer por linhas bem tortas por aqui, um ataque ao modernismo.

Recomendo a visita.


"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

domingo, 6 de julho de 2008

da coleção "deixando as coisas bem claras" - IV

Hoje, 6 de julho, é dia de Santa Maria Goretti. (+ Ferrieri di Conca, Itália, 1902)

Conta a história, que a pobre e analfabeta Santa Maria Goretti, então com 12 anos, foi assediada por um tarado e rejeitou fortemente suas investidas dizendo:

"Não, não! Deus não quer! Isso é pecado!"

Acabou morta dom 14 punhaladas, mas não sem antes de expirar perdoar seu agressor.

Seu assassino? Ficou 27 anos preso e assistiu, arrependido, à canonização da angélica virgem e mártir, morrendo penitente num convento de capuchinhos.


Santa Maria Goretti, ora pro nobis.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Missa Tridentina em Vitória


Quem é que já não viu alguma foto, filme, novela ou tem um parente mais velho que tenha comentado do tempo em que o padre rezava de costas para o povo (na verdade virado, como a assembléia, para Deus) e falava tudo em latim?

Pois bem, eu e mais um, ainda pequeno-mais-nem-tanto, grupo estamos tentando fazer com que esta forma da missa (jamais abolida) seja celebrada novamente aqui na Arquidiocese de Vitória, evidentemente com o aval do Excelentíssimo sr. Arcebispo que nos garantiu que temos o direito de fazê-lo, segundo, inclusive, determinação do Papa.

Se alguém me perguntar as razões eu respondo em uma postagem futura, se não fica apenas o convite. Se você estiver interessado em nos ajudar ou mesmo só em assistir a Missa em sua forma extraordinária entre em contato.

A todos peço, humildemente, orações em prol desta difícil empreitada.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Auto-crítica

Este é o primeiro blog em que consigo manter uma certa regularidade de postagens por tanto tempo. Julgo que ainda estou longe do ideal, mas sinto que aos poucos estou encontrando o caminho.

Pela freqüência com que vejo blogs começando e terminando (este é o meu terceiro, como não deixa dúvidas o próprio título) creio que todos acabam passando por problemas iniciais semelhantes: falta de tempo, falta de público, falta de assunto, falta de um tema próprio, falta de publicidade, crise existencial.

Falta de tempo pode ser remediada com uma certa disciplina e a falta de público está intimamente ligada aos outros problemas: Se não tem postagem, ninguém aparece, ou se ela é esporádica o público não é fidelizado e acaba aparecendo de quando em vez; Se não tem um tema próprio os visitantes podem ficar confusos e deixar de vir porque acham que o blog é de política quando é de religião, ou vice-versa; Se o blog não aparece em lugar nenhum muito dificilmente alguém o encontrará; Se você não tem um estilo próprio, apenas reproduzindo outras notícias ou coisa do gênero, o blog fica menos interessante e, conseqüentemente, atrai menos pessoas.

Este blog já passou, e passa, por todos esses problemas, mas descobri que aos poucos a coisa toda vai se ajeitando. O tema ainda é muito amplo, acompanha mais o que está na minha cabeça do que o objetivo das pessoas quando entram nele, mas ainda não sei se isso é de todo ruim. Creio, também, que com o tempo vou encontrando um jeito próprio de escrever e de abordar os temas de forma mais agradável ao leitor e mais adaptada ao formato de um blog.

Enfim, como já disse, estou longe do ideal, mas tenho essa estranha impressão de que estou melhorando. Acho que isto pode servir de incentivo àqueles que começaram seus blogs, passaram por estes problemas e desistiram.... Viram, até eu consigo :-).



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 2 de julho de 2008

da coleção "legendas que gostaríamos de ver" - II

Dando seguimento à série que parecia perdida nos arquivos do blog....

"Papa recebe penitentes. 'Precisamos de um milagre' diz presidente do Flamengo".

ou:

"Presidente do Flamengo demite todo o time e tenta convocar o Papa: 'só com milagre' explica".



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"