sexta-feira, 18 de julho de 2008

Tu és a luz Senhor!

Algo que notava quando participava do encontro de adolescentes, que noto agora que acompanho discussões pela internet e muitas vezes notei também em mim: Como nossa vida espiritual reflete pouco, ou nada, no conjunto de nossas ações. Como conseguimos viver nossas vidas como se a fé católica fosse apenas uma parte acessória no conjunto de escolhas que fazemos todos os dias.

Não estou nem falando daquelas pessoas que são católicos de missas de sétimo dia, nestas é mais do que compreensível que suas ações não tenham nem um fundo de motivação espiritual. Mas naquelas que vão à missa todos os domingos e que tem um mínimo de amor por Cristo e sua Igreja é preocupante que reservem à sua fé apenas um papel coadjuvante.

E preocupante por quê exatamente? Porque estamos tratando de algo que não é simplesmente uma parte de nossa vida, mas algo que dá significação a toda ela. Se olhamos para alguém necessitado, seja de comida, seja de amor, por exemplo, é a maneira com que encaramos a realidade que nos move ao seu auxílio, é porque somos católicos que sabemos qual atitude devemos tomar. Se fossemos comunistas, v.g, a nossa "crença" nos afastaria daquele necessitado querendo um pão, pois a esmola estaria retardando a revolta do pobrezinho e perpetuando o "sistema".

Em outras palavras, poderia dizer que é Deus e seu plano que deveriam dar luz aos nossos atos, que deveriam guiar nossos passos, não só alguns deles, mas todos e todo o tempo, pois só a partir deles é que sabemos que alguém passando fome não é um nada, mas alguém que deve ser saciado, que um filho não é um indivíduo que deve "se virar" sozinho, mas alguém a quem Deus me deu o dever de proteger, que o patrão não é um explorador que me oprime, mas alguém que possui uma autoridade que deve ser respeitada.

Por outro lado, mesmo as ações mais corriqueiras podem e devem ser direcionadas ao louvor à Deus, podem e devem ser transformadas em um ato de amor Àquele que primeiro nos amou. Quem amando verdadeiramente à Deus não desejaria agradá-lo a cada minuto de sua vida? Mas muitas e muitas vezes nos esquecemos de que a fé não é só um certo número de ações mais ou menos previsíveis, como ir à missa aos domingos.

Para quem crê em Cristo é imprescindível vestir-se dEle, é imprescindível, como era costume até pouco tempo, iniciar e terminar todas as nossas ações com o santo sinal da cruz, inclusive o acordar e o deitar-se, criar um hábito de oração e de contemplação durante o dia todo, dar sempre graças a Deus, preocupar-se com nossa salvação sempre, julgar tudo o que fazemos conforme a moral que nos é ensinada pela Igreja e fazer tudo por amor à Deus, sobretudo quando envolve pequenos sacrifícios.

***

Tempos atrás fiquei sabendo que uma senhora havia se acidentado em um lugar movimentado e que ninguém parou para socorrê-la, só um jovem que viu a cena se prontificou, ajudou-a e levou-a ao hospital. Ao ser questionado pelo motivo do seu ato ele respondeu: "que católico eu seria se não a ajudasse".

Outra pessoa viu um senhor se acidentando de bicicleta e parou o carro para ver se ele precisava de socorro, por quê? "Eu sou católico, tenho que ajudá-lo".

São ambos casos reais, apenas omito os nomes por amor à alma dos protagonistas. São atitudes que ilustram um pouco a atitude que um católico deve procurar ter. Se lhe faltar ânimo para fazer a coisa certa diga para si mesmo: "Eu sou católico, tenho que fazer isso mesmo que me custe".



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

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