sábado, 26 de julho de 2008

Como a Igreja construiu a civilização ocidental - I

Muitos dos que me conhecem sabe o apreço que tenho pela Idade Média, mas provavelmente poucos sabem o porque. Imagino que as pessoas devam pensar logo em cavalaria, lendas, feitos herócios, esse tipo de coisas que geralmente encantam os "fãs" da Idade Média, mas dou uma pequena dica: não é por ai que vai meu pensamento.

A Idade Média foi uma verdadeira idade de Luz. O que a modernidade tem de bom muitas vezes encontra suas bases em pensamentos construídos pelos que viveram naquela época e muito do que ela tem de ruim vem da negação de princípios que governavam a vida de então.

Ademais, tudo o que somos hoje devemos ao que nos foi legado pela tradição ocidental, sobretudo: filosofia grega, direito romano e a Igreja Católica, de cuja herança tratarei nessa série.

Assim sendo, começo com cinco hoje:

- A Igreja foi muitas vezes responsável por introduzir a lei dos Evangelhos aos bárbaros, poupando assim Roma e o que nela havia de danos maiores;

- O Ocidente foi salvo da barbárie, das invasões de mouros e do Arianismo pela conversão do Reino Franco;

- A Renascença Carolíngea foi responsável pela recuperação de diversas obras clássicas. Todo o nosso conhecimento de literatura antiga se deve à coleta e cópia feita pelos homens da Igreja (monges) na época do imperador Carlos Magno, as cópias mais antigas que temos hoje datam desta época. Copia-se também vários manuscritos latinos, tanto clássicos como patrísticos;

- No Império de Carlos Magno, sob a influência de Santo Alcuíno de York, monge e padre, se retomou o modelo antigo de educação, com o quadrivium (Astronomia, música, aritmética e geometria) e o trivium (lógica, gramática e retórica).


- Nesta mesma época: surgem as primeiras escolas pós-Roma, junto as catedrais; Carlos Magno, influenciado por Santo Alcuíno, incentiva a criação de escolas e cria a sua própria; Se desenvolve, e se espalha (graças a ação do sucessor de Santo Alcuíno como abade), a escrita conhecida como "minúscula carolíngea" que é responsável pela facilitação da comunicação, dado que até então a escrita era de difícil compreensão.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

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