quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Tropa de Elite... bárbara

Já que todo mundo está comentando, não vou passar em branco.

Como não entendo muito de arte cinematográfica, deixo comentários do gênero para quem conhece. O que me interessa é outro aspecto.

A impressão que tive, ao assistir o filme no cinema, foi de que a reação não era nem um pouco diferente daquela padrão nos filmes de ação. Adolescentes empolgados imitando os trejeitos e discursos dos mocinhos. Coisa muito comum, é verdade, mas nos filmes americanos, não nos brasileiros.

Está certo que o Zé Pequeno também rendeu uma série de imitadores, sobretudo de algumas falas, mas não se compara ao que o Cap. Nascimento e sua turma, ou melhor, tropa fizeram.

Além disto, senti uma diferença entre os dois tipos de reação, Zé Pequeno e Cap. Nascimento. No segundo havia um algo mais do que um simples imitar de falas, havia no ar um que de aprovação, de concordância, que, no final das contas, acho que pode ser resumido em uma vontade de ser igual.

Tenho duas considerações distintas sobre isto.

Primeiro, achei interessante e bom, pois creio ser uma demonstração de que a hombridade, o senso de dever, ainda estão presentes nos adolescentes de hoje, mesmo em uma sociedade que se esforça para criar um tipo andrógino, em que a igualdade (falsa) chega è esfera da sexualidade.

Segundo, achei preocupante, porque mesmo os "bons" sentimentos precisam ser ordenados por um valor Absoluto, para que possam ser verdadeiramente bons, e os pequenos potenciais cavaleiros não pareciam ter essa percepção moral, ou melhor, até tinham, mas em escala reduzida, pontual, não verdadeiramente ordenada. Talvez por isso riam nas cenas de tortura, desejavam a vingança, ou pareciam deixar passar desapercebida a advertência do Capitão, de que não era justificável invadir a vida das pessoas de bem.

Enfim, o potencial existe, e o filme tem o mérito de inflamá-lo, coisa rara em um filme brasileiro, mas ressaltou, ao menos para mim, a falta de um princípio ordenador em nossa juventude, de uma Moral, e sem ela cavaleiros facilmente se tornam bárbaros.




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Como não dialogar com abortistas

Segue um texto do Pe. Lodi, do Pró-Vida de Anápolis, um dos grandes heróis na luta contra o mal do aborto



***

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

(deve-se levar em conta a má-fé do interlocutor)

Várias vezes Jesus foi interpelado pelos escribas e fariseus, que queriam deixá-lo em situação embaraçosa. Como não agiam de boa-fé, mas com má intenção, Jesus costumava devolver-lhes a pergunta. Assim, eles passavam de interpeladores a interpelados. Vejamos alguns exemplos.
Após a expulsão dos vendedores no Templo, os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo vieram perguntar a Jesus: "Com que autoridade fazes estas coisas? E quem te concedeu essa autoridade? " (Mt 21,23). Em vez de responder imediatamente, Jesus formulou uma pergunta: "Também eu vou propor-vos uma só questão. Se me responderes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas" (Mt 21,24). A pergunta foi: " O batismo de João, de onde era? Do Céu ou dos homens?" (Mt 21,25). O Evangelho prossegue: Eles arrazoavam entre si, dizendo: "Se respondermos 'Do Céu', ele nos dirá: 'Por que então não crestes nele?'. Se respondermos 'Dos homens', temos medo da multidão, pois todos consideram João como profeta". Diante disso, responderam a Jesus; "Não sabemos". Ao que ele também respondeu: "Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas " (Mt 21,25-27).


* * *
Quando lhe perguntaram se era lícito ou não pagar o tributo a César, Jesus, "percebendo a sua malícia" (Mt 22,15), não respondeu imediatamente. Mandou que lhe mostrassem a moeda do imposto e perguntou: "De quem é esta imagem e esta inscrição?". Os interrogadores, agora na condição de interrogados, responderam: "De César". De posse dessa resposta, aí sim Jesus respondeu: "Devolvei, pois, o que é de César a César, e o que é de Deus, a Deus " (Mt 22,21).

* * *

Quando lhe apresentaram o caso de uma mulher surpreendida em flagrante delito de adultério e perguntaram-lhe "para pô-lo à prova, a fim de terem matéria para acusá-lo" (Jo 8,6), se deveriam ou não apedrejá-la, conforme estava escrito na Lei de Moisés, Jesus simplesmente inclinou-se e escreveu com o dedo na terra. Como insistissem em interrogá-lo, Jesus se levantou e disse: "Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra! " (Jo 8,7). Essa resposta de Jesus fez com que os acusadores passassem à condição de acusados. O incômodo deles foi tamanho que "saíram um após o outro, a começar pelos mais velhos" (Jo 8,9).

* * *

Só vale a pena responder diretamente a uma pergunta sobre o aborto, se o interlocutor estiver de boa-fé. Infelizmente não é esse o caso dos abortistas militantes, que fazem conferências, escrevem em jornais e dão entrevistas na televisão. Dialogar com eles a fim de fazê-los mudar de idéia é como malhar em ferro frio. Se, porém, o debate é público, convém que se responda. Não por causa deles, mas por causa dos outros, que estão assistindo ao debate.
Em uma situação dessas, o defensor da vida deve agir como Jesus diante dos escribas e fariseus. Nos exemplos abaixo, há algumas perguntas abortistas e há dois tipos de resposta pró-vida: a "errada" e a "certa". "Errada", neste caso não significa necessariamente falsa. É uma resposta que, mesmo verdadeira, não atinge o cerne da questão e deixa o opositor em posição cômoda para novos ataques. Por isso ela é estrategicamente errada. A resposta "certa" é aquela que, além de verdadeira, deixa patente a insensatez da posição abortista e transforma o acusador em acusado. É uma resposta estrategicamente certa.


1- Uma menina foi violentada e está grávida. Você acha que uma criança pode ser mãe de outra criança?
ERRADA: Sim, a menina pode cuidar de seu bebê desde que receba ajuda da comunidade.
CERTA: Mãe ela já é! Ao que parece, você não está perguntando se ela pode ser mãe de outra criança. Você pergunta se podemos matar a criança pequena em benefício da criança grande. Respondo que não. Ambas as vidas são igualmente invioláveis.

2- É justo compelir uma mulher a levar adiante a gestação de um feto que não tem cérebro?
ERRADA: Sim, é justo.
CERTA: Pelo que entendi, você pergunta se é justo dar à mãe de uma criança gravemente deficiente o direito de matá-la a fim de se ver livre dela. É claro que a mãe não tem esse direito.

3- Você acredita que a vida de um indivíduo humano começa com a concepção?
ERRADA: Sim, eu acredito.
CERTA: Não, eu não acredito nisso porque isso não é objeto de crença. É uma verdade que eu colho das Ciências Naturais. Da mesma forma, eu não acredito que a Terra é redonda, nem que o morcego é um mamífero. Não é necessária uma revelação sobrenatural para saber que um indivíduo humano começa quando é concebido. Os que defendem o aborto, é que negam esse dado biológico.

4- Nos países que legalizaram o aborto, houve uma queda do número de abortos. Não seria conveniente que os defensores da vida lutassem para legalizar o aborto?
ERRADA: Não é verdade. Em todos os países em que o aborto foi legalizado, o número de abortos aumentou.
CERTA: O que importa para nós, pró-vida, não é o "total geral" de abortos, mas a vida de cada criança em particular. Ainda que, por absurdo, a legalização desse crime levasse à diminuição de sua prática, não poderíamos legalizá-lo. O que importa é a proteção legal desta criança que está no ventre desta mãe. Cada bebê é precioso. Não é um simples número em uma estatística.

5- Você não acha que cada mulher deve ter direito ao próprio corpo?
ERRADA: Sim, mas o direito ao próprio corpo não é ilimitado.
CERTA: Pelo que entendi, para você o corpo humano se compõe de quatro partes: cabeça, tronco, membros e criança. Como a mulher corta as unhas e os cabelos, ela deveria, segundo seu pensamento, poder cortar a criança que carrega em seu útero.

6- Atualmente só as mulheres ricas têm acesso a um aborto seguro. As mulheres pobres acabam morrendo em mãos de curiosas. Não seria melhor legalizar o aborto para por fim a essa hipocrisia?
ERRADA: As mulheres ricas também morrem por causa da prática de aborto.
CERTA: Para o bebê o aborto nunca é seguro, mas é 100% letal. Ninguém, seja rico seja pobre, tem o direito de exigir segurança para si ao matar um inocente. Os ladrões não têm direito a um "roubo seguro"; os seqüestradores não têm direito a um "seqüestro seguro"; os homicidas não têm direito a um "homicídio seguro".

7- Centenas de milhares de mulheres morrem, a cada ano, por causa de abortos mal feitos. Legalizar o aborto não seria uma exigência da saúde pública?
ERRADA: O número anual de mortes maternas por aborto no Brasil não chega a duas centenas.
CERTA: Ainda que fosse verdade que houvesse uma multidão de mulheres mortas a cada ano por causa de "abortos mal feitos", a solução óbvia para evitar essa mortandade seria não abortar. Ao invés de legalizar a morte dos inocentes, é preciso valorizar a maternidade e a vida intra-uterina, e dar assistência às gestantes. Isso sim é uma exigência da saúde pública!

Roma, 7 de outubro de 2007.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis






"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

terça-feira, 16 de outubro de 2007

"Morro porque não morro"

Estou mais do que sem inspiração, estou sem vontade de escrever.

Essa poesia de São João da Cruz é perfeita para momentos assim, em que temos que nos lembrar do que realmente importa.

A angústia de não chegar à pátria celestial, de continuar a viver essa vida terrena, que é pela metade, em comparação à vida plena no Céu, e, na qual, o pecado pode nos matar para a vida eterna. "morro porque não morro". Perfeito.

***

[GLOSAS DA ALMA QUE PENA POR NÃO VER A DEUS]

Vivo sem viver em mim
E de tal maneira espero
Que morro porque não morro

1. Em mim eu não vivo já,
E sem Deus viver não posso;
Pois sem Ele e sem mim quedo,
Este viver que será?
Mil mortes se me fará,
Pois minha mesma vida espero,
Morrendo porque não morro.

2. Esta vida que aqui vivo
É privação de viver;
E assim, é contínuo morrer
Até que viva contigo.
Ouve, meu Deus, o que digo,
Que esta vida não a quero
Pois morro porque não morro.

3. Ausente estando eu de ti,
Que vida poderei ter
Senão morte padecer,
A maior que jamais vi?
Pena e dó tenho de mim,
Pois se assim eu persevero,
Morrerei porque não morro.

4. O peixe que da água sai
Nenhum alívio carece
Que na morte que padece,
Afinal a morte lhe vale.
Que morte haverá que se iguale
Ao meu viver lastimoso,
Pois se mais vivo, mais morro?

5. Quando penso aliviar-me
Vendo-te no Sacramento,
Faz-me em mim mais sentimento
De não poder-te gozar;
Tudo é para mais penar,
Por não ver-te como quero,
E morro porque não morro.

6. Se me deleito, Senhor,
Com a esperança de ver-te,
Vendo que posso perder-te
Redobra-se em mim a dor;
Vivendo em tanto temor
E esperando como espero,
Morro sim, porque não morro.

7. Livra-me já desta morte,
Meu Deus, entrega-me a vida;
Não ma tenhas impedida
Por este laço tão forte;
Olha que peno por ver-te,
O meu mal é tão inteiro,
Que morro porque não morro.

8. Chorarei já minha morte
Lamentarei minha vida,
Enquanto presa e retida
Por meus pecados está.
Oh! Meu Deus! Quando será
Que eu possa dizer deveras:
Vivo já porque não morro?


"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Intuição Feminina


A intuição é esse estranho instinto que permite à mulher saber que está certa, mesmo que ela não esteja.


Helen Rowland (1875-1950), jornalista americana. direto do blog do Antonio Fernando Borges

"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

EU AMO MEU PASTOR ALEMÃO

Papa Bento XVI


Seguindo a idéia do blog do Elton






"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Resumo demolidor

"Uma parte da estratégia marxista é a teoria do empobrecimento: esta defende que, numa situação de poder injusto, quem ajuda o homem com iniciativas de caridade, coloca-se de facto ao serviço daquele sistema de injustiça, fazendo-o resultar, pelo menos até certo ponto, suportável. Deste modo fica refreado o potencial revolucionário e, consequentemente, bloqueada a reviravolta para um mundo melhor. Por isso, se contesta e ataca a caridade como sistema de conservação do status quo. Na realidade, esta é uma filosofia desumana. O homem que vive no presente é sacrificado ao moloch do futuro — um futuro cuja efectiva realização permanece pelo menos duvidosa. Na verdade, a humanização do mundo não pode ser promovida renunciando, de momento, a comportar-se de modo humano. Só se contribui para um mundo melhor, fazendo o bem agora e pessoalmente, com paixão e em todo o lado onde for possível, independentemente de estratégias e programas de partido. O programa do cristão — o programa do bom Samaritano, o programa de Jesus — é « um coração que vê ». Este coração vê onde há necessidade de amor, e actua em consequência."


(Papa Bento XVI, Encíclica "Deus Caritas Est")





"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Desculpas e Deus é Amor.


Nos últimos dias estive meio sumido. Um tanto assoberbado com discussões, pensamentos e preguiças (mea culpa).

Não fiquei totalmente descolado deste blog. Adiantei a segunda parte do artigo sobre a alteridade, coloquei alguns links novos, pesquisei algumas novas fontes e terminei de ler, finalmente, a lindíssima Encíclica "Deus Caritas Est" (Deus é amor). Na verdade comecei a lê-la várias vezes, mas sempre parava nas últimas páginas, guardando-as como se guarda o último bombom, para degustar no melhor momento, quando nada mais requeira atenção, e se entregar somente à isto, sem distrações (o que acaba nunca acontecendo).
A Encíclia é, como disse, belíssima. Eu diria que tem a beleza própria da Verdade, aquela que parece transbordar em nossos corações, como transbordou do coração de quem escreveu. Além disto, é muito bem escrita, clara, lógica, poética na simplicidade e profundidade. Enfim, emocionante quase à provocar lágrimas ("quase" só porque eu me seguro :-)).

Não é uma emoção vinda do sensível, obviamente, mas racional e espiritual, por dizer aquilo que quero dizer, por estar no meu coração, mas que não consigo, seja por falta de capacidade, estudos, meditação ou "todas as alternativas anteriores".

Por fim, não tivesse outro mérito, já seria boa simplesmente por mostrar o Bento XVI verdadeiro, aquele que a mídia faz questão de esconder, um homem cheio de amor, como poucos.

Leiam, leiam, leiam... e apliquem.




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

sábado, 6 de outubro de 2007

Legendas que gostaríamos de ver (1)

Hoje estou muito bem humorado hehehe. Segue uma foto de Sua Santidade, com algumas legendas que gostaríamos de ver.

Papa recebe comissão de descontentes com o Motu Proprio: "Falem com minha mão", diz sua Santidade.


ou


Bento XVI para audiência de descontentes com o Motu Proprio: "Quem tem o poder de liberar a Missa Tridentina, levante a mão... Acho que isso resolve a questão."


***
post inspirado no post original do WDTPRS, lá tem outras legendas no mesmo nível :-)


"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt."

Para descontrair

Recebi por e-mail o texto abaixo, com alto teor científico. Da série, "como não pensamos nisso antes??"

***

A lógica nas mãos das gerações mais novas...

Dos fenômenos da natureza:Pela observação cotidiana sabemos que: (1) um gato que for lançadode uma janela ou outro lugar elevado cairá de pé, com as patas para baixo,estável sobre suas patas. (2) Também foi observado e constatado por Murphy,que, ao soltar da mesa em direção ao chão um pedaço de pão com manteiga, elevai cair com o lado da manteiga para baixo.

Proposição de experiência:
Amarrar um pedaço de pão com manteiga, com o lado da manteiga paracima, nas costas de um gato.

Que acontecera?
1) Cairá o gato sobre suas patas?
2) A manteiga lambuzará o chão?

Analisando o mecanismo:
1) Das leis da Manteigologia decorre que a manteiga deve atingir osolo. Portanto, cria-se um momento de rotação que gira o sistema para que amanteiga atinja o chão.
2) Das estritas leis da Aerodinâmica Felina temos que o gato nãopode machucar seu dorso peludo. Portanto, exercendo igual força rotacional para que suas patas atinjam o chão.

Dedução Lógica:
Se o aparelho combinado: gato + pão-com-manteiga for lançado, a natureza não tem meios de resolver o paradoxo. Portanto, ele simplesmente não cai.
É isso mesmo, acabamos de descobrir o segredo da antigravidade! Um gato amanteigado irá, quando lançado, mover-se rapidamente a uma altura ondeas forças do pulo-do-gato e da repulsão da manteiga estarão em equilíbrio.Este ponto de equilíbrio pode ser modificado tirando um pouco damanteiga, o que proporciona uma elevação, ou amputando uma das patas dogato, permitindo assim um declínio.

Cuidados Necessários:
Há o perigo de que gatos famintos consigam comer os pães das suascostas. Se conseguirem, eles desabarão instantaneamente. É claro que osgatos vão cair sobre as patas.

Utilidade prática dessa descoberta:
Dados técnicos para construir uma nave espacial com dispositivo antigravidade: Propulsionar uma nave por meio de gatos congelados emanimação suspensa (a cerca de -190 graus Celsius) com pães com manteigaamarrados nas costas, evitando, assim, a possibilidade de colisões devido afelinos temperamentais, ou famintos.

Questão complementar:
Como guiar a nave, uma vez que os gatos são mantidos estáticos?

Solução Lógica:
Sabe-se que vestir uma camisa toda branca para ir a uma cantinaitaliana é uma maneira garantida de fazer uma viagem à lavanderia. A camisa,quanto mais branca, mais procura o molho.

Proposta para o problema de direção:
Recobrir o exterior da sua nave espacial com camisetas brancas.
Instalar quatro esguichos simetricamente ao redor da nave (que tem, é claro,o formato de um pires).
Dispare molho de tomate de acordo com as direçõesque você quer ir.
A nave, arrastada pelas camisetas, ira automaticamente seguir o molho.
Se forem usadas camisas tipo T-Shirt, não consegue-se ir tão rápido quanto se usar, digamos, camisas de seda pura.

Exceção:
Só não funciona muito bem nos poços gravitacionais mais profundos,pois o molho de tomate, agora caindo num buraco negro, vai arrastar a navecom ele, a despeito da contra força da máquina antigravitacionalgato/manteiga.
A única esperança nesse momento é pulverizar enormes quantidades de OMO. Isto criará a tão conhecida “Força Gravitacional Dupla Ação”.

Descobertas adicionais:
Pesquisas recentes demonstraram que a substituição de manteiga porgeléia de framboesa potencializa muito o sistema, pois pela Lei de Murphy sabemos que quanto mais caro é o produto que está sobre o pão, mais certamente este cairá com a face, que contém o produto, para baixo.

***

Sem comentários. :-)




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O importante está no fim...

O último post do blog do Elton falava sobre saudosismo. De certa forma eu também sofro um pouco deste "mal".. Vai ai uma certa dose de desapontamento com os tempos modernos, uma percepção de que não estamos no auge dos Tempos, de que não somos, sequer, "superiores" à nossos antepassados.

Porém, se trata de uma análise por comparação, e conforme se mude o foco do que é comparado, pode-se mudar também o diagnóstico. Exemplo, se compararmos a o senso moral médio do homem do medievo com aquele do homem moderno, levando em consideração a moral católica, estamos em franco declínio, mas se a comparação se faz com a quantidade de descobertas científicas, a linha se inverte. Por isso não levo meu saudosismo ao extremo e procuro compensá-lo com certa dose de otimismo.

Mas sinceramente, o exemplo do Elton talvez tenha sido daquele clássico, em que há pouca dúvida. Comparando a qualidade da música, nosso tempo leva de lavada.

Agora, o mais incrível é que eu disse isso tudo, só para poder colocar uma música do Cartola.. Sério, eu tenho que parar com essas introduções...


As rosas não falam
(Cartola)



Bate outra vez, com esperança o meu coração

Pois já vai terminando o verão, enfim

Volto ao jardim, na certeza que devo chorar

Pois bem sei que não queres voltar para mim

Queixo-me as rosas, que bobagem

As rosas não falam

Simplesmente as rosas exalam

O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir, para ver os meus olhos tristonhos


E quem sabe sonhar com os meus sonhos, por fim.










"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Conselhos do Mestre.

SOBRE O MODO DE ESTUDAR

Tomás de Aquino


Já que me pediste, frei João - irmão, para mim, caríssimo em Cristo -, que te indicasse o modo como se deve proceder para ir adquirindo o tesouro do conhecimento, devo dar-te a seguinte indicação: deves optar pelos riachos e não por entrar imediatamente no mar, pois o difícil deve ser atingido a partir do fácil. E, assim, eis o que te aconselho sobre como deve ser tua vida:


1. Exorto-te a ser tardo para falar e lento para ir ao locutório.

2. Abraça a pureza de consciência.

3. Não deixes de aplicar-te à oração.

4. Ama freqüentar tua cela, se queres ser conduzido à adega do vinho da sabedoria.

5. Mostra-te amável com todos, ou, pelo menos, esforça-te nesse sentido; mas, com ninguém permitas excesso de familiaridades, pois a excessiva familiaridade produz o desprezo e suscita ocasiões de atraso no estudo.

6. Não te metas em questões e ditos mundanos.

7. Evita, sobretudo, a dispersão intelectual.

8. Não descuides do seguimento do exemplo dos homens santos e honrados.

9. Não atentes a quem disse, mas ao que é dito com razão e isto, confia-o à memória.

10. Faz por entender o que lês e por certificar-te do que for duvidoso.

11. Esforça-te por abastecer o depósito de tua mente, como quem anseia por encher o máximo possível um cântaro.

12. Não busques o que está acima de teu alcance.

13. Segue as pegadas daquele santo Domingos que, enquanto teve vida, produziu folhas, flores e frutos na vinha do Senhor dos exércitos.

Se seguires estes conselhos, poderás atingir o que queres.

Saudações.
***
"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Elevando o nível

[post alterado em 22 de maio de 2008, para a adeqüação do texto da poesia]

Ainda poesia, mas agora de um Santo, uma poesia elevada e elevante. :-) Sobre a única verdadeira consolação, sobre o norte da vida, que lhe dá sentido ainda que nada mais haja.


Aliás, para o Santo, mesmo que haja, pois diante do Sumo Bem, diante do Amor que Deus nos oferece, ele se desapega de qualquer outra coisa, tão infinitamente pequenas elas são, em comparação com a magnitude da Luz divina. Por isso se entrega totalmente e reorganiza tudo através e por este Amor no qual está imerso e que, qual chama, lhe consome, mas não com dor, mas como gozo espiritual. Já não se arrima, não se prende, ao terreno, mas se arrima ao Celestial. Sua vida é, neste sentido, Celestial.

Não reparem nessa pequena introdução. Não sou bom nessas coisas, prometo tentar me controlar da próxima vez hehehehe. Vamos ao poema, e depois um resumo da vida do Autor.

Sem arrimo e com arrimo,
sem luz e às escuras vivendo,
todo vou me consumindo.


Minha alma está desprendida
de toda a coisa criada

e sobre si levantada,
nunca saborosa vida

só em seu Deus arrimada.
Por isso já se verá

a coisa que mais estimo,
que minha alma se vê já

Sem arrimo e com arrimo.


E embora trevas padeço
nesta vida mortal,

não é tão grande o meu mal,
porque se de luz careço,
tenho vida celestial;
porque o amor dá tal vida,
quanto mais cego vai sendo,
que tem a alma rendida,
sem luz
e às escuras vivendo.


Faz obra tal o amor
depois que o conheci,
que se há de bem ou mal em mim,
tudo se faz de um só sabor,

e à alma transforma em si;
e assim s
ua chama saborosa,
a qual em mim e
stou sentindo,
apressa sem restar c
oisa,
todo me vou consumindo.


...


São João da Cruz(*1542 +1591). Confessor e Doutor da Igreja. Nasceu em Fontiveros, na Espanha. Aos 21 de idade, recebeu o hábito da Ordem Carmelita. Infelizmente, ficou muito desiludido pelo relaxamento da vida monástica em que viviam os conventos carmelitas. Então juntamente com Teresa de Jesus, reformou o ramo masculino do Carmelo. Seu zelo e o sucesso de seus esforços causaram-lhe provações humilhantes, que lhe ensinaram a subir, dentro da noite escura, até à experiência mística do nada do homem diante da Majestade Divina. Não procurava consolações, pois sabe que, como interpretará Terezinha do Menino Jesus: “Sua consolação é não ter consolação”. É um grande mestre nos caminho do espírito. As suas obras, Subida do Monte Carmelo, Noite Escura, Cântico Espiritual, Chama Viva de Amor e muitos ditos, valeram-lhe o título de Doutor da Igreja universal. Faleceu santamente aos 49 anos. Sua festa litúrgica é no dia 14 de dezembro. "Onde não há amor, coloque amor e receberá amor." (texto obtido na comunidade de São João da Cruz, no orkut)

São João da Cruz, rogai por nós!




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Por que escrever?

Realmente não acho que eu tenha uma escrita de grande qualidade. Na verdade, nem eu mesmo gosto de ler aquilo que escrevo, muito embora, raras vezes (tá bom, raríssimas), me surpreenda com uma qualidade razoável aqui ou ali. Tenho grandes dificuldades de escrever corretamente, preguiça de enfileirar os argumentos e dedos que não acompanham o ritmo do cérebro.

Também não tenho grandes pretensões filosóficas, sei que o que tem de bom nos meus pensamentos vem dos outros, e outros mais escrevem muito melhor sobre a mesma coisa.

Da mesma forma, não posso dizer que me seduza algum tipo de vaidade. Muito embora não possa negar que tenha que lutar contra ela várias vezes, e que mesmo a possibilidade de uma fama, faminha que seja, me preocupa. Mas a quem não preocupa, não é mesmo!? Talvez eu seja até um pouco escrupuloso, mas prefiro evitar esse tipo de satisfação infantil, essa falsa e enganadora recompensa de se achar, de certa forma, amado. E nisso a consciência da minha fraqueza redacional ajuda bastante.

Mas por que escrever, então?

Fosse por mim, eu já teria me acomodado em ficar sempre em uma extremidade só da comunicação, a que recebe, a que lê. Mas meu amigo Carlos Ramalhete, em umas poucas palavras, me convenceu a não só consumir, mas tentar produzir alguma coisa, nem que seja uma cópia piorada. "Rapaz, com tanta porcaria que escrevem por ai hoje em dia, qualquer coisa que não seja lixo é boa", foi mais ou menos isso que ele me disse.

A idéia é, na verdade, ocupar espaço, é fazer um contraponto à contra-cultura, à revolução, tal como ensinou o Dr. Plínio, ao pensamento hoje, infelizmente, dominante, que vai, aos pouquinhos, corroendo o maravilhoso edifício da civilização ocidental, cristã por identidade e vocação.

A consciência de que somos o que somos por conta de uma série de tradições, e a crença de que, primeiro, nada melhor podemos ser se esquecermos delas, e segundo, a tradição cristã é o que de mais elevado a humanidade produziu (e nem falei da incomensurável importância da Revelação), são o que me provocam à escrita.

Não tenho pretenções soteriológicas. Não serei eu a fazer alguma diferença para a preservação da cultura brasileira, muito menos da civilização ocidental. Meus planos são menores. Uma ou duas pessoas que percebam e valorizem sua identidade cristã, já terá sido uma conquista imensa, mas ter oferecido um pouco de água fresca, da minha fonte ou de terceiro, a uns poucos amigos, para mim já é suficiente.

...

Essa semana, tentarei terminar a segunda parte da reflexão sobre o outro.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Já lhes falei da minha irmãzinha amada???



Pois é Elton, sendo hoje o dia dela, não poderia deixar de homenagear minha "irmãzinha" aqui no blog. Pena que só arranjei tempo agora.

Quão grande é o amor de Deus, que já tendo feito tanto por nós, ainda nos envia essa santinha, que na sua simplicidade, no seu carinho e delicadeza, nos ensina a abraçar a Cruz. É impressionante como essa jovem mulher (24 anos), conseguiu ser declarada Doutora da Igreja, posto em que apenas figuram gigantes como Santo Tomás e Santo Agostinho, e no qual estão apenas mais duas mulheres além dela, Santa Catarina de Sena (que também é gigante na sua pequenez) e Santa Tereza d’Avila.

Um pequeno resumo da vida dessa minha irmãzinha muito amada, que não cessa de interceder por nós junto a Deus.

Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, Virgem e Doutora da Igreja

Discreta e silenciosa, durante a vida quase não chamou a atenção sobre si. Parecia uma freira comum, sem nada de excepcional. Faleceu aos 24 anos, tuberculosa, depois de passar por terríveis sofrimentos. Enquanto agonizava, ouviu duas freiras comentarem entre si, do lado de fora de sua cela: "Coitada da Irmã Teresa! Ela não fez nada na vida... O que nossa Madre poderá escrever sobre ela, na circular em que dará aos outros conventos a notícia da sua morte?" Assim viveu Santa Teresinha, desconhecida até mesmo das freiras que com ela compartilhavam a clausura do Carmelo. Somente depois de morta seus escritos e seus milagres revelariam ao mundo inteiro a verdadeira envergadura da grande Santa e Mestra da espiritualidade. A jovem e humilde carmelita que abriu, na espiritualidade católica, um caminho novo para atingir a santidade (a célebre "Pequena Via"), foi declarada pelo Papa João Paulo II Doutora da Igreja.

Convém lembrar ainda, que descobriu sua vocação muito cedo, e aos 15 anos já lhe afligia enormemente o fato de não conseguir entrar para o mosteiro e entregar sua vida à Seu Bem Amado. Indo buscar a autorização do padre, do Bispo e, finalmente, do Papa em pessoa.



O arranjo no cabelo foi um truque feito por ela, para dar ao bispo a impressão de que era mais alta, e logo, mais velha, o que lhe permitiria entrar no Carmelo. :-) Evidentemente não funcionou. :-)

Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, rogai por nós.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Mais Camões

Por inspiração direta do blog "O Indivíduo":

Os bons sempre vi passar


Luís de Camões

Os bons sempre vi passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m’ espantar,
os maus sempre vi nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau; mas fui castigado.
Assim que só para mim
anda o mundo concertado.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

domingo, 30 de setembro de 2007

Aniversário.

Prezados leitores.. Hoje é aniversário da minha mãe, peço aos que passarem por aqui que a incluam em suas oração.

sábado, 29 de setembro de 2007

Santa Teresinha, Padre Paulo Ricardo... e eu.

Outro dia, quando estava procurando uma foto de Santa Teresinha do Menino Jesus, para colocar aqui no blog, me deparei com um pedaço de uma palestra do Pe. Paulo Ricardo (cujo blog está linkado aí ao lado e ao qual recomendo vivamente uma visita, sobretudo para escutar as palestras da terapia espiritual), na comunidade Canção Nova, contando como foi o contato dele com Santa Teresinha.

"eu não gostava muito de Santa Teresinha", achava que aquele negócio de reizinho, princesinha, passarinho, meu Bem Amado, etc... era coisa de mulher e não de homem. Mais ou menos o que eu pensei quando tentei ler, pela primeira vez, sua auto-biografia. Também como aconteceu comigo, tempos depois, no momento da dor, Deus colocou-o novamente diante da espiritualidade dessa santinha gigantesca, e ele finalmente entendeu (adivinha como quem???), que ela estava falando de abraçar a Cruz.

Enfim, apreciem o testemunho.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

lá vem o Chavez, Chavez, Chavez...

notícia catada no blog Católico e Anticomunista (meus comentários estão no final):

"O Estado de S. Paulo, terça-feira, 4 de setembro de 2007

Chávez diz que pode ficar no poder até 2027

Durante seu programa Alô Presidente, no domingo, o presidente Hugo Chávez disse que ficaria no cargo até 2027. De acordo com Chávez, se os venezuelanos aprovarem o fim do limite à reeleição - uma de suas propostas de reforma constitucional - ele permaneceria no poder "para concluir a instalação do socialismo do século 21" no país."

....


Escutem o barulho da tal democrácia (ou o pouquíssimo que ainda resta dela naquele país), indo pelo ralo.... ..... O que será que o colega brasileiro, misto de Seu madruga e Seu barriga, acha disso?

Quer saber?!? não me interessa, não acredito muito nessa coisa toda. Eles que fiquem com essa discussão do que seja a democracia. Se vierem pro meu lado, eu vou ter o prazer do cumprimento do dever, e serei bem anti-democrático, guardando todos aqueles à quem Nosso Senhor colocou sob a minha proteção.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Mais poesia


"Tenho razão de sentir saudade,

tenho razão de te acusar.

Houve um pacto implícito que rompeste

e sem te despedires foste embora.

Detonaste o pacto.

Detonaste a vida geral, a comum aquiescência

de viver e explorar os rumos de obscuridade

sem prazo sem consulta sem provocação

até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.

Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.

Que poderias ter feito de mais grave

do que o ato sem continuação, o ato em si,

o ato que não ousamos nem sabemos ousar

porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,

de nossa convivência em falas camaradas,

simples apertar de mãos, nem isso, voz

modulando sílabas conhecidas e banais

que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.

Sim, acuso-te porque fizeste

o não previsto nas leis da amizade e da natureza

nem nos deixaste sequer o direito de indagar

porque o fizeste, porque te foste."


Carlos Drummond de Andrade



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Será??

“Em geral, a mulher sabe que é amada por um homem, antes mesmo que ele perceba.”

Machado de Assis


citação catada do blog do Antônio Fernando Borges




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Eco...

Um presente para os eco-chatos de plantão :-). Um post antigo do blog "O Indivíduo", que por sua vez já era a citação de um outro blog, que por sua vez fazia referência à um artigo publicado em um outro site. Por que eu estou explicando?!? Sei lá, achei meio chato simplesmente colocar um post dos outros sem fazer uma pequena (tá, e desnecessária) apresentação.

Ahh sim, li o texto original, é realmente interessante, mas não pensei muito à respeito, só queria trazer um contraponto à "verdade absoluta" da moda.

"Os ambientalistas fazem mal ao ambiente

06 de Agosto de 2007 por Pedro Sette Câmara

Eu não posso fazer nada, só posso imitar o Carlos G. Pinto e citar o artigo do Times que mostra como seguir práticas “ecologicamente corretas” faz mais mal ao meio-ambiente do que continuar a viver sua vida normalmente.

Continuando a minha imitação do Carlos, vou reproduzir o mesmo trecho do Speakers Corner que resume o artigo. O qual, devo logo avisar, não é piada.

  • Ir de carro ao supermercado é mais amigo do ambiente que ir a pé;
  • Consumir carne biológica é mais poluente que carne não biológica;
  • As fraldas descartáveis são mais amigas do ambiente que as fraldas tradicionais;
  • É preferível a um camponês andar de Land Rover que andar de comboio, no que toca ao ambiente;
  • Os sacos de plástico são mais ecológicos que os sacos de papel;
  • Duas embalagens de legumes importados (ex: do Brasil), consumiram tanto carbono no seu transporte como o poupado por uma lâmpada económica durante o ano inteiro;
  • O metano produzido pelas árvores ultrapassa os benefícios destas em termos do carbono que consomem.

Vão lamber sabão, vocês, seus burocratas que querem que eu seja “ecológico”."


:-)







"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Objetivos e poesia

Até aqui o blog vai indo bem. Tenho visitantes de cidades no Brasil e no exterior (quem diria hehehehe).

Mas, a julgar pelo comentário do último post, parece que uma coisa não ficou muito clara: o objetivo do blog.

Para falar a verdade não tenho um objetivo definido, então, a princípio, devo tratar do que me der na telha. Portanto, nem mesmo o robozinho saiu do contexto.

Para provar isto, eis mais um post diferente, poético.

Endechas a Bárbara escrava

Aquela cativa
que me tem cativo,
porque nela vivo
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais fermosa.

Nem no campo flores,
nem no céu estrelas
me parecem belas
como os meus amores.
Rosto singular,
olhos sossegados,
pretos e cansados,
mas não de matar.

Uma graça viva,
que neles lhe mora,
para ser senhora
de quem é cativa.
Pretos os cabelos,
onde o povo vão
perde opinião
que os louros são belos.

Pretidão de Amor,
tão doce a figura,
que a neve lhe jura
que trocara a cor.
Leda mansidão,
que o siso acompanha;
bem parece estranha,
mas bárbara não.

Presença serena
que a tormenta amansa;
nela, enfim, descansa
toda a minha pena.
Esta é a cativa
que me tem cativo;
e, pois nela vivo,
é força que viva.


Luís de Camões





“tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt”

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Perseverança


A perseverança tudo alcança, realmente. Ontem um primo, e grande amigo, me enviou uma imagem de um robô, que ele criou em 3d, e também algumas animações feitas por ele. A figura segue abaixo, mas o mais importante não é propriamente ela, mas a prova de que a perseverança "tudo alcança".



Até alguns meses atrás ele nunca tinha visto 3d, também não possuia qualquer contato com programação, mas meteu na cabeça que queria fazer, e depois desse tempo, está ai o resultado, fez.

Coloquemos nas nossas cabeças que queremos ir para o Céu, e que, para isso, temos que levar vidas virtuosas, e perseveremos nisso, transformando os pequenos atos virtuosos do dia-a-dia em virtudes heróicas.

A Perseverança tudo alcança, inclusive o Céu.

p.s: momento publicitário, hehehehe. Quem estiver interessado em figuras em 3d e animações me avise que eu passo o email dele.


“tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt”

domingo, 23 de setembro de 2007

Uma oração de Santo Agostinho

Socorrei-me, Senhor e vida minha,
a fim de que não venha a morrer na minha maldade.
Se não me criásseis, não existiria;
criastes-me, passei a existir;
se não me dirigirdes, cessarei de existir.

Não foram encantos ou méritos meus
que vos compeliram a dar-me o ser,
senão a vossa infinita munificência.
Suplico-Vos, pois,
que aquele mesmo amor
que Vos compeliu à minha criação,
possa igualmente compelir-Vos a reger-me;
porquanto, que aproveita haver-Vos
o vosso amor compelido a criar-me,
se eu morrer na minha miséria,
privado da direcção de vossa destra?

Obrigue-Vos, Senhor,
a salvar-me essa mesma clemência
que Vos levou a tirar do nada
o que jazia no nada;
vença-Vos em libertar-me a caridade
que Vos venceu em criar-me,
pois não é hoje menor este vosso atributo
do que era então.

A caridade sois Vós mesmos,
que sempre sois e não mudais.
Não se Vos encurtou a mão,
que não possais salvar-me;
nem se Vos endureceu o ouvido,
que não mais Vos seja dado ouvir-me.

Amém.




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

O outro - Parte I

Foi debatendo com uma pessoa, que me surgiu a idéia de escrever um pouco mais detalhadamente sobre uma questão que, ao que me pareceu, não estava muito clara para ele e talvez também para muitas pessoas. Trata-se do “outro”, ou da alteridade, ou do próximo, como preferirem, do seu papel em nossas vidas e das suas implicações na religião cristã.


Este é, portanto, meu objetivo aqui. Obviamente o tema é muito abrangente e, por isso, só tenho pretensão de tocar apenas pontos principais, para detalhar a importância das outras pessoas em nossas vidas e, a partir daí, analisar a importância delas no cristianismo.


O que vou dizer corre o grande risco de parecer óbvio demais, pois são experiências pelas quais todos nós passamos. Por este motivo peço um pouco de paciência.


Não há pessoa no mundo que nunca tenha tido contato com uma outra pessoa. Desde a nossa concepção, já somos com o outro. Ainda nem saímos da barriga das mamães, e já dependemos, e nos relacionamos com elas, criando, inclusive, um vínculo afetivo. Nem sabemos o que está acontecendo, nem pensamos nisso, enfim, nem nos conhecemos e já conhecemos o outro, nossas mães.


Tiram-nos do aconchego do seio materno e, junto com o primeiro contato com o externo, temos imediatamente o encontro com várias outras pessoas. Em diversas ocasiões, até a respiração é iniciada com a palmada aplicada pelo outro, médico, e, mesmo sem entender nada, mesmo com tanta novidade, nos acalma o cheiro e a voz do outro, mamãe. Antes mesmo de conhecermos o mundo exterior, conhecemos, e nos relacionamos, com o outro.


Essa presença, que nos concebeu e nos persegue desde então, jamais sairá de nossas vidas, ainda que o exercício da liberdade nos leve ao isolamento em uma montanha. É através de pessoas que temos acesso à linguagem, aos comportamentos sociais, aos conhecimentos acumulados e à religião. É com elas que nos comunicamos e praticamos a caridade. Por causa delas podemos avançar sem precisar começar do zero.


Por tudo isto, podemos dizer que, em certo sentido, somos mais do que nós mesmos, somos nós mais os outros. Ortega y Gasset dirá que eu sou eu mais minhas circunstâncias, ou seja, cada pessoa é ela própria, seu físico, suas capacidades, seus dons, sua consciência, mas também aquilo que ela viveu, a educação que recebeu de sua família, as coisas que aprendeu, os resquícios dos relacionamentos que teve com certas pessoas, a cultura de sua sociedade e as religiões com as quais teve contato, etc. Todas essas coisas forjam a própria identidade de uma pessoa.


Como já disse mais acima, tudo isto é evidente. Tanto que a sabedoria popular já transformou em dito: “Dize-me com quem andas e te direi quem és”.


De fato, quando alguém lhe pergunta quem é você, a resposta mais comum levará, além de aspectos físicos e aptidões, à explicação das escolhas que você fez diante das opções que lhe foram dadas e sua relação com outras pessoas. José, católico, programador, casado com Maria, com duas filhas, Ana e Teresa, filho de João e Cecília, etc... Se esta mesma pessoa tivesse nascido em uma cidade no interior do Iraque, certamente as respostas seriam diferentes. Ele não poderá ser católico (ao menos não visivelmente), se em sua vida jamais alguém lhe houver apresentado a Igreja e o batizado e também não poderá ser programador, se alguma pessoa não lhe tiver ensinado o ofício. O fato de não ser nenhuma dessas duas coisas não pode sequer ser considerado como exercício de sua liberdade, uma vez que é impossível a escolha do que não se conhece. Mesmo seu nome certamente não seria José, mas mais provavelmente Mohamed qualquer coisa.


Ainda que uma pessoa opte por ser revolucionária e deseje subverter todos ensinamentos recebidos, ela estará, necessariamente, fazendo-o a partir de oportunidades e pensamentos vindos de outras pessoas e contra aquilo que ela recebeu, agindo, ainda que negativamente, desde onde foi colocado por outras pessoas. Neste sentido, nem Descartes, nem Marx, p.ex, são pensadores originários, mas desenvolveram seus pensamentos à partir daquilo que já haviam recebido, da educação ao pensamento de outros filósofos.


Neste ponto já é possível perceber como é ridícula a tentativa de reforçar a individualidade pretendendo negar toda tradição recebida. Mudar o nome, revoltar-se contra a sociedade ou a família, recusar obediência às normas morais. Nenhuma dessas atitudes modifica o fato de que, ainda assim, o sujeito continuará um eu + circunstâncias, um eu + outros, eu + tradição.


Da mesma forma, tão claro quanto à participação do outro na formação da nossa identidade pessoal é o fato de que a presença desta alteridade nos afeta diariamente, motivando muitas das nossas decisões, exigindo nossa atenção, e, muitas vezes até, modificando profundamente nossas pequenas lógicas, ou melhor, nos obrigando a colocar o pé no chão. Somos um eu+relações-passadas-com-os-outros, mas também somos com o outro, constantemente.


Gustavo Corção, no seu “Descoberta do Outro”, narra o seu processo de conversão do ateísmo materialista para o Cristo e, lá pelas tantas, descreve um acontecimento essencial para a negação do seu materialismo histórico:


“Mas no dia seguinte recomeçava a história. Voltávamos a vociferar e discutir com o Manifesto na mão. Insensivelmente íamos aumentando a solidez do grupo por afeição, pelo brio, pelas palavras dadas, mas julgávamos que era a solidez da doutrina que nos unia melhor. Insensivelmente seríamos levados a praticar imprudências decisivas, gestos sem recuo possível, mesmo porque os agentes ativos da revolução já rondavam nossa porta para colher nossos entusiasmos. As conversas já saíam das divagações e resvalavam para conseqüências práticas. Poucos dias mais e eu me alistaria, com materialismo histórico ou sem ele, pela irresistível força do grupo, numa célula comunista.

Ora, foi nessa ocasião que minha mulher morreu.

***

Morreu moça. Levou dois meses a morrer. E passei esse tempo curvado sobre o meu caso particular. Alguém me dissera que aquela toxemia gravídica, com os progressos da medicina, conta somente um e meio por cento de casos fatais. Passei dois meses quase sem dormir por causa desse um e meio por cento, dando-lhe água e comida como às criancinhas, cuidando das menores coisas, passando um dia feliz por causa de um defecar e logo outro acabrunhado porque o pulso subia. Vi o médico deixar cair o estetoscópio em cima da cama e ficar olhando pela janela, pensativo. Quando me aproximei ele disse:

- Bonito flamboyant!

Olhei também; era no vizinho em frente. Era bonito mesmo. Num dos galhos mais altos estava um passarinho. Lembrei-me de minha cartilha que na segunda ou terceira página dizia assim: ‘O viúvo viu a ave’. Durante algum tempo fiquei remoendo estupidamente esse fenômeno lingüístico pelo qual eu seria um viúvo. Achei esquisito e repulsivo o vocábulo. O médico então me explicou, com termos caridosos, que o meu caso particular estava entrando devagarzinho naquele um e meio por cento, e pondo a mão no meu braço, de leve, com cerimônia, falou-me em Deus.

Viveu ainda uns vinte dias. Uma tarde fui para o quintal e sentei-me num banco, embrutecido. Olhei o Sol que se deitava por trás da casa do coronel. Lá ia o Sol. O Sol era um milhão e quatrocentas mil vezes maior do que a Terra; a Terra, com seus quintilhões de toneladas, era um grão de poeira perdido dentro duma enorme galáxia... Acordei de meus cálculos astronômicos pensando na minha doente desenganada. Era um caso particular, um ínfimo caso particular metido no universo e no tempo. Pensei no materialismo histórico; e senti de repente um calor de vexame no rosto. Olhei em volta com receio que me tivessem visto o pensamento. Senti, como ainda hoje quando me lembro, um vexame intenso. Haverá decerto coisas mais graves, ações muito mais sérias, de piores conseqüências, mas não há nada mais persistente do que a lembrança de uma gafe. Tudo aquilo, as discussões, os sistemas, tinha sido uma gafe. Eu bem sabia, ali sentado no banco, que voltaria depois ao meu trabalho e à vida de cada dia; que sentiria menos à medida que o tempo passasse, que tornaria a fazer meus aparelhos e ler meu galvanômetro. Mas de uma coisa estava certo: o materialismo histórico e a grande raça branca nunca mais teriam sentido para mim. A unidade de minha casa se restabelecia a preço alto, e o sobrado levava a melhor. Olhei para o sobrado, para as janelas do sobrado, e logo o Sol, com todos os seus milhões de vezes, pareceu-me pequeno, e com todo o seu luxo de elétrons e de fótons pareceu-me ridículo diante daquela persiana fechada.

Veio o padre. O franciscano que tantas vezes nos visitara por causa do órgão. O órgão estava embaixo, na sala da frente; e por causa dos seus fios, dos osciladores, de cada peça que durante anos estudara, o padre franciscano estava em cima, no sobrado, tirando dos panos de seu hábito um pedacinho de pão. E foi assim que o Corpo de Deus entrou pela primeira vez sob o meu teto, e que eu assisti, louvado seja Nosso Senhor, ao milagre de uma boa morte. Porque ela riu no seu último dia!” (A Descoberta do Outro, Agir, 10ª. Edição, p. 22-24)


Foi o amor à esposa, àquela pessoa concreta, de carne e osso, que jazia sobre uma cama, que o despertou de uma fantasia coletivista, abstrata, na qual, inclusive, a morte de algumas pessoas durante o processo seria inevitável, o que sequer lhe causava remorso ou asco. Foi salvo Graças a Deus e através do outro, o que, infelizmente, não aconteceu com Lênin, Stálin, Mao ou Fidel, deixando um saldo de centenas de milhões de mortos.

Encerro aqui a primeira parte, na próxima oportunidade passaremos à análise das implicações disto no cristianismo.




“tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt”

sábado, 22 de setembro de 2007


Uma foto de uma irmã muito amada, em uma pose que resume um pouco do que aprendi com ela.

Abraçar a cruz. Que lição difícil.

E mais duas fotos dessa mulher apaixonante.


Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo.”












“tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt”

Mais um blog. Comecemos do começo portanto.

Comecei o blog novamente hehehehe, passando do blogger.com.br para o blogger.com, mais para tentar me incentivar a finalmente manter uma postagem constante do que por qualquer outra razão. :-)

Bom começar pelo mais importante então:

“Sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genetrix; nostras deprecationes ne despicias in necessitatibus nostris, sed a periculis cunctis libera nos semper, Virgo gloriosa et benedicta.”

Amen.




“tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt”