quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Das duas Uma.


Algumas pessoas estranham o fato de não aceitar que todas as formas de religiosidade sejam iguais e tenham o mesmo valor, mudando apenas em pontos meramente acidentais e que não fazem qualquer diferença pois: "o Deus é o mesmo".

Não, não é. A conseqüência lógica da existência de uma Verdade é a exclusão automática da possibilidade de outra "verdade" contraditória à primeira. Se Jesus é Deus ele não pode ser também um "espírito desenvolvido, em um estágio ao qual um dia chegaremos", ou Ele é um ou é outro, nunca os dois ao mesmo tempo.

A crença, portanto, de que ambas têm a mesma validade só faz sentido para alguém que não esteja preocupado em adorar o Verdadeiro Deus, mas apenas buscar um bem-estar terreno. Para este não interessa Deus, interessa o homem. Posto que eu sou católico não posso colocar o homem no centro de minha vida espiritual, não posso aceitar que "qualquer coisa tá valendo".

Mas e quando as diferenças parecem ser menos profundas, como quando ambos são cristãos, p.ex? Ainda assim a regra da impossibilidade de existência de duas verdades contraditórias está valendo. Posso aceitar, e a Igreja assim nos ensina, que os não-católicos alcancem certos pontos da Verdade, mas não A Verdade plena, caso contrário por que eu ainda seria católico?

Este é o ponto de vista lógico, mas há também um outro ponto que talvez possamos chamar de prático. Quando uma pequena parte da moral cristã é deturpada, p.ex., as conseqüências práticas disto serão bem visíveis no desenvolvimento do ser-humano a ela submetido.

Assim, se alguém é levado a crer que o que importa é a felicidade terrena e que, por conseqüência, sacrifícios não são necessários, mas maus, provavelmente ele não será alguém capaz de enfrentar seus próprios deveres, como sustentar sua família, educar seus filhos, honrar sua palavra, etc., se tornará uma pessoa fraca.

Se, por outro lado, lhe for ensinada uma moral puritana, em que não há coisas neutras, mas somente coisas boas ou más, provavelmente ele se tornará uma pessoa fechada, avesa a qualquer diversão, etc.

Neste sentido, qualquer outra coisa que não seja uma moral cristã plena prejudicará não só a formação do indivíduo que dela fizer parte, mas toda a sociedade que depender desses indivíduos.

Eis porque, em um resumo bem resumido, não posso ser relativista a ponto de aceitar qualquer religiosidade como igual.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Um comentário:

Christiane Forcinito Ashlay Silva de Oliveira disse...

Cristiano

AMEI seu texto! Totalmente lógico e prático!

Peço autorização para colocar o título e o link para que os que leem meu blog possam entrar e ler este texto que é tão atual e tão bem explicado!

Inclusive estou escrevendo um artigo para a faculdade sobre a questão de fé X razão e falo sobre o relativismo etc.... Lendo o seu texto me enchi de idéias!

Olha, muito bom!!!!!!

Parabéns!

Sua amiga de fé Chris