quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obamas


Minha insônia sempre traz coisas interessantes. Hoje estou acompanhando, via TV (Fox News) e internet (Fox e CNN), a apuração das eleições nos EEUU.

Se o sistema lá parece ser confuso pelo menos tem uma apuração muito mais emocionante do que a do Brasil. Aqui a rapidez das votações eletrônicas e o sistema de voto direto acabaram com a única coisa divertida, ficar acompanhando as parciais noite a dentro. Lá também é rápido, mas o voto indireto deixa a coisa muito mais legal.

P.ex. virar o jogo em um Estado como a Flórida, mesmo que com uma dúzia de votos, significa uma virada de quase 5% do total de votos que importam, o dos delegados, na California é ainda mais emocionante, 10% (com o agravante de ser uma das últimas a começar, podendo mudar o jogo todo, mesmo que o número total de eleitores seja menor do que a diferença entre um candidato e outro).

Além disto as análises sempre trazem a história das votações em cada Estado, mostrando quem está "ganhando" um Estado do concorrente, o que aumenta o clima de torcida.

Bom, mas isso é só o acidental. Eu, claro, estou torcendo pelo McCain, mas acho o fenômeno Obama muito interessante (no sentido de engraçado mesmo). Pessoalmente acho o candidato (a pessoa é outra coisa, talvez pior) um pastel de vento, daqueles do centro da cidade, tem uma casca apetitosa, mas nenhum recheio. Esse blablabla de mudança, esperança, etc, é a prova de que a propaganda é a verdadeira razão da democracia, ninguém quer escutar propostas concretas, argumentos sólidos, querem, em qualquer lugar do mundo, ver alguém que os convença de que vai manter as coisas boas e mudar as ruins, "so help him God!".


Provavelmente o sujeito vai vencer (a bem da verdade as emissoras já proclamaram sua eleição com base em suas projeções), o que é péssimo para a vida naquele país, sobretudo dos que ainda vivem dentro das barrigas das mães, ou esperando chegar lá, mas o nosso cotidiano não deve mudar muito com isto, já temos o nosso Obama aqui, na verdade, acho que o nosso é mais original do que o americano.

Para terminar eu só queria comentar a cobertura do Jornal Nacional hoje, foi hilariante, não tem outra palavra, parecia que ninguém votaria no McCain, e, no entanto, a diferença entre os votos diretos dos dois nem está tão grande, uma diferença de dois pontos percentuais até o momento, mas vamos dar um desconto, ele devem ter passeado um pouco em Nova Iorque e Washington e acharam que, como no Brasil, o brilho obamista teria cegado o restante dos Estados.

E a vida segue.



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

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