quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Objetivos e poesia

Até aqui o blog vai indo bem. Tenho visitantes de cidades no Brasil e no exterior (quem diria hehehehe).

Mas, a julgar pelo comentário do último post, parece que uma coisa não ficou muito clara: o objetivo do blog.

Para falar a verdade não tenho um objetivo definido, então, a princípio, devo tratar do que me der na telha. Portanto, nem mesmo o robozinho saiu do contexto.

Para provar isto, eis mais um post diferente, poético.

Endechas a Bárbara escrava

Aquela cativa
que me tem cativo,
porque nela vivo
já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
em suaves molhos,
que para meus olhos
fosse mais fermosa.

Nem no campo flores,
nem no céu estrelas
me parecem belas
como os meus amores.
Rosto singular,
olhos sossegados,
pretos e cansados,
mas não de matar.

Uma graça viva,
que neles lhe mora,
para ser senhora
de quem é cativa.
Pretos os cabelos,
onde o povo vão
perde opinião
que os louros são belos.

Pretidão de Amor,
tão doce a figura,
que a neve lhe jura
que trocara a cor.
Leda mansidão,
que o siso acompanha;
bem parece estranha,
mas bárbara não.

Presença serena
que a tormenta amansa;
nela, enfim, descansa
toda a minha pena.
Esta é a cativa
que me tem cativo;
e, pois nela vivo,
é força que viva.


Luís de Camões





“tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt”

Um comentário:

Anônimo disse...

Aprendi muito