quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Tropa de Elite... bárbara

Já que todo mundo está comentando, não vou passar em branco.

Como não entendo muito de arte cinematográfica, deixo comentários do gênero para quem conhece. O que me interessa é outro aspecto.

A impressão que tive, ao assistir o filme no cinema, foi de que a reação não era nem um pouco diferente daquela padrão nos filmes de ação. Adolescentes empolgados imitando os trejeitos e discursos dos mocinhos. Coisa muito comum, é verdade, mas nos filmes americanos, não nos brasileiros.

Está certo que o Zé Pequeno também rendeu uma série de imitadores, sobretudo de algumas falas, mas não se compara ao que o Cap. Nascimento e sua turma, ou melhor, tropa fizeram.

Além disto, senti uma diferença entre os dois tipos de reação, Zé Pequeno e Cap. Nascimento. No segundo havia um algo mais do que um simples imitar de falas, havia no ar um que de aprovação, de concordância, que, no final das contas, acho que pode ser resumido em uma vontade de ser igual.

Tenho duas considerações distintas sobre isto.

Primeiro, achei interessante e bom, pois creio ser uma demonstração de que a hombridade, o senso de dever, ainda estão presentes nos adolescentes de hoje, mesmo em uma sociedade que se esforça para criar um tipo andrógino, em que a igualdade (falsa) chega è esfera da sexualidade.

Segundo, achei preocupante, porque mesmo os "bons" sentimentos precisam ser ordenados por um valor Absoluto, para que possam ser verdadeiramente bons, e os pequenos potenciais cavaleiros não pareciam ter essa percepção moral, ou melhor, até tinham, mas em escala reduzida, pontual, não verdadeiramente ordenada. Talvez por isso riam nas cenas de tortura, desejavam a vingança, ou pareciam deixar passar desapercebida a advertência do Capitão, de que não era justificável invadir a vida das pessoas de bem.

Enfim, o potencial existe, e o filme tem o mérito de inflamá-lo, coisa rara em um filme brasileiro, mas ressaltou, ao menos para mim, a falta de um princípio ordenador em nossa juventude, de uma Moral, e sem ela cavaleiros facilmente se tornam bárbaros.




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Nenhum comentário: