terça-feira, 28 de outubro de 2008

A Importância da Leitura da Bíblia.


Aqui promessa é dívida. Conforme prometi para a Maria, nos comentários do post da campanha deste mês, eis um pequeno post sobre a importância da leitura das Sagradas Escrituras e a maneira correta de fazê-lo.

Como nos ensina a Igreja: "É tão grande o poder e a eficácia que se encerra na Palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo e vigor para a Igreja, e, para seus filhos, firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida espiritual" (Dei Verbum, 21).

Com efeito, ler a Bíblia é ouvir o próprio Deus. Se falamos com Ele nas nossas orações, aqui O ouvimos, com Ele aprendemos e encontramos Verdadeira esperança, de forma que para o cristão o encontro com a Palavra de Deus deve ser sempre ocasião de renovação, de fortalecimento e aperfeiçoamento, mas, sobretudo, de extrema felicidade, e é fácil perceber porquê.

Quem já não sentiu uma enorme alegria só de conversar com um amigo querido? Mesmo quando não entendemos o que ele quer dizer, o simples devotar de tempo da pessoa amada já é suficiente para nos alegrar. Quantas vezes alguém nos consola e sequer ouvimos, ou entendemos, seus conselhos? Basta o gesto de amor. Assim é com as Sagradas Escrituras, mesmo antes de abri-la ela já deve ser causa de alegria, afinal, embora sejamos pequenos, Deus nos fala, nos consola e nos ensina.

Mas esta alegria não deve se limitar ao aconchego da presença, deve buscar o conteúdo das palavras, deve ser escutada, meditada e aplicada, afinal ela não é letra morta, mas fonte viva da vida cristã, que, por sua vez, deve ser uma resposta contínua à este Amor divino, que ademais, como o bom conselho do amigo, servirá sempre para o nosso Bem.

Porém, é preciso tomar cuidado para que, ao invés de Deus, não acabemos escutando a nós próprios. Por exemplo, as letras e os vocábulos são criações humanas e não comportam em si a exatidão que a mensagem divina exige. Deixe-me colocar em outras palavras :-): Quando lemos determinado texto somos automaticamente obrigados a encontrar nele o sentido que o autor quis dar, só entendemos realmente o que foi dito à medida que dermos às palavras o mesmo alcance que foi atribuído no texto, caso contrário não estaremos diante da idéia do Autor, mas da nossa própria.

Desta forma, as Sagradas Escrituras não devem ser lidas fora de seu contexto, sem levar em consideração, p.ex., quem escreveu, para quem foram escritas e para que o foram, nem desconectada do seu nascedouro. Em palavras mais curtas: "nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal." (2Pedro 1,20).

Assim, para a correta interpretação das Sagradas Escrituras é fundamental que ela esteja em consonância com o Magistério da Igreja, com aqueles à quem Nosso Senhor transmitiu tal autoridade, que foram constituídos pelos primeiros portadores da Revelação, os Apóstolos
(Falei com mais vagar a respeito disto anteriormente, talvez valha a pena um pulinho lá).

Então é isso: leiam a Bíblia, mas lembrem-se sempre de fazê-lo em consonância com o que a Igreja ensina, para que não sejam causa da sua ruína, como já advertia São Pedro (2Pedro 3,16).



"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

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