segunda-feira, 19 de maio de 2008

Escolha o caminho


Meu negócio agora é com quem leu os artigos citados no post anterior e se perguntou: "então tá, e o que eu posso fazer??".

Se você teve essa reação anime-se, tenho uma notícia boa e uma ruim. A boa é que ao menos vossa mercê ainda percebe que alguma coisa está muito errada, a má é que pode estar ficando mais pessimista do que eu, que acredito que a coisa está ruim mas acho que pode ter solução (mas por favor não se engane, no final das contas eu sou otimista, tenho que ser, sou cristão).

Não vou dar fórmula mágica, realmente não há muito a ser feito a curto prazo, mas você pode começar com um pequeno primeiro passo: comece a ordenar as coisas por seu verdadeiro valor e agir em conformidade com essa ordenação. P.ex: pare de dar à economia o valor que ela não tem. Ela NÃO é a coisa mais importante acontecendo, não é porque o Brasil cresce, que o risco para o investimento é menor, que o dólar caiu, que a bolsa subiu, que tudo está bem. Mais importante do que isso é saber como a elite no poder trata temas como Deus, a Vida, a Propriedade Privada, etc... em suma, como o direito natural tem sido tratado. Se mal, meu amigo, tudo vai mal ou está em passo acelerado para lá. Neste ponto, discussões sobre aborto, uso de células-tronco embrionárias, eutanásia, invasões de terra, etc, são importantíssimas e devem ser encaradas como tal.

Vamos para um caso concreto. Acompanhe o raciocínio, prometo não demorar: Se você encontra uma menina insconciente jogada na rua duas possibilidades passam na sua cabeça: 1- "ela está viva, tenho que ver o que é e ajudar" (vou descartar didaticamente o "ela está viva, mas e daí, não quero nem saber", porque se você pensa assim esse pequeno post não poderá fazer muita coisa); 2- "ela está morta. posso continuar meu trajeto sem parar". Quem em sã consciência pensaria em continuar sem parar? ou diria: "ACHO que ela está morta, vou tirar os orgãos dela, sem anestesia, para doar para outra pessoa"? A simples possibilidade de que haja vida naquele corpo inerte é suficiente para que não se abandone ou descarte a menina. Usando um outro exemplo: você enterraria um ente querido porque simplesmente ACHA que ele está morto?

Para qualquer pessoa com um senso moral saudável, tenha ela a crença que tiver, a vida humana é de tal forma valiosa e insubstituível que a simples dúvida de sua existência motiva todos os cuidados que a certeza dela motivaria. É assim porque temos consciência de que, por menor e mais frágil que seja, cada vida individual é única e infinitamente diferente de qualquer outra. Não é, p.ex., como uma laranja, que pode ser substituída por outra sem qualquer problema. Assim, ao vislumbrarmos a possibilidade de vida humana, vemos não "mais um", mas "um único", que deve motivar em nós todas as ações possíveis para salvá-lo, da mesma forma que os médicos empregam toda sua ciência em curar aquele paciente determinado, pois não adianta deixá-lo morrer e engravidar a patroa em casa para substituir, a matemática aqui não funciona.

Em outras palavras, a vida individualizada em cada pessoa é tão infinitamente importante que é absurdo deixá-la a mercê da sorte de que a minha suposição seja a opção correta. E aqui entra um tema que ocupa os holofotes atualmente, os embriões humanos.

Ora, se a ciência não pode especificar o momento em que a vida se inicia com total exatidão, a simples dúvida sobre o embrião ser ou não vida já é mais do que suficiente para salvaguardá-lo. Em temas dessa magnitude um simples: "ah, pode ser, mas e daí!?", já é monstruoso, já demonstra como a vida humana deixou de ter o valor que ela merece.

Não quero prolongar demais o post, por isso apenas cito algumas conseqüências, talvez não imediatas mas certamente necessárias, desta relativização: eutanásia, discriminações de toda sorte, abortos, violência, eugenia, e todas as doutrinas que pregam que a morte de alguns não faz diferença. (muito embora saiba que essa última conseqüência é de fato também a causa, mantenho-a aqui porque seu crescimento é, geralmente, um dos objetivos de quem propõe a desvalorização da vida humana).

E então, vai passar pelos milhares de meninos e meninas sem voz sem nem indignar-se? ou vai dar à vida o valor que ela merece?


"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

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