quarta-feira, 14 de maio de 2008

Explicação

No post anterior pedi para que refletissem sobre a conduta do devedor, agora explico a razão.

O fato efetivamente ocorreu, mas é ainda mais grave do que uma briga entre contratantes. O Devedor em questão é o Governo brasileiro, que em várias oportunidades emitiu apólices da dívida pública (no caso concreto me baseei nos títulos de 1902) para se financiar.

Funciona assim: o governo precisa de dinheiro para alguma coisa, mas não pode emitir moeda, pois aumentaria a inflação, nem aumentar impostos (naquela época as pessoas tinham um pouco mais de noção de justiça), então resolve pedir emprestado para seus administrados. Lança umas apólices com o valor determinado e juros anuais e as pessoas compram. Nunca foi uma boa aplicação, mas ao menos era segura e voltada para o bem comum.

Ocorre que na década de 60 alguém resolveu limitar a data para o recebimento ou troca desses títulos e a partir daí considerou que, apesar de ter se comprometido a recebê-lo a qualquer tempo, não pagaria nem mais um centavo (nem mesmo o valor originalmente pago) dos que não fossem trocados. Ou seja, a pessoa que acreditou no Brasil tomou o cano, foi, literalmente, roubado.

Esses títulos existem aos montes e algumas pessoas tentam recebê-los até hoje, mas a briga na justiça ainda não está decidida. Entretanto, o que interessa aqui é notar como as coisas logo descambam para o buraco quando a humanidade perde o seu norte.

Quando o estado passa a se achar o próprio fundamento da Justiça, tomando o lugar do direito natural, de ordenação criada por Deus, rapidinho alguém se dá conta que a moral "pode" ser revogada com uma canetada. Assim, não é errado dar o cano nas pessoas honestas que contribuiram para o crescimento do país, simplesmente porque quem diz o que é errado ou não é quem faz a lei.

Exemplos como este pululam aos montes, estão todos os dias na pauta do congresso, agora mesmo temos um que proibe dizer que o homossexualismo é pecado. Peguei o caso dos títulos da dívida pública para deixar claro como isso tudo é imoral, apesar do que possa dizer a lei.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

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