quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Tropa de Elite... bárbara

Já que todo mundo está comentando, não vou passar em branco.

Como não entendo muito de arte cinematográfica, deixo comentários do gênero para quem conhece. O que me interessa é outro aspecto.

A impressão que tive, ao assistir o filme no cinema, foi de que a reação não era nem um pouco diferente daquela padrão nos filmes de ação. Adolescentes empolgados imitando os trejeitos e discursos dos mocinhos. Coisa muito comum, é verdade, mas nos filmes americanos, não nos brasileiros.

Está certo que o Zé Pequeno também rendeu uma série de imitadores, sobretudo de algumas falas, mas não se compara ao que o Cap. Nascimento e sua turma, ou melhor, tropa fizeram.

Além disto, senti uma diferença entre os dois tipos de reação, Zé Pequeno e Cap. Nascimento. No segundo havia um algo mais do que um simples imitar de falas, havia no ar um que de aprovação, de concordância, que, no final das contas, acho que pode ser resumido em uma vontade de ser igual.

Tenho duas considerações distintas sobre isto.

Primeiro, achei interessante e bom, pois creio ser uma demonstração de que a hombridade, o senso de dever, ainda estão presentes nos adolescentes de hoje, mesmo em uma sociedade que se esforça para criar um tipo andrógino, em que a igualdade (falsa) chega è esfera da sexualidade.

Segundo, achei preocupante, porque mesmo os "bons" sentimentos precisam ser ordenados por um valor Absoluto, para que possam ser verdadeiramente bons, e os pequenos potenciais cavaleiros não pareciam ter essa percepção moral, ou melhor, até tinham, mas em escala reduzida, pontual, não verdadeiramente ordenada. Talvez por isso riam nas cenas de tortura, desejavam a vingança, ou pareciam deixar passar desapercebida a advertência do Capitão, de que não era justificável invadir a vida das pessoas de bem.

Enfim, o potencial existe, e o filme tem o mérito de inflamá-lo, coisa rara em um filme brasileiro, mas ressaltou, ao menos para mim, a falta de um princípio ordenador em nossa juventude, de uma Moral, e sem ela cavaleiros facilmente se tornam bárbaros.




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Como não dialogar com abortistas

Segue um texto do Pe. Lodi, do Pró-Vida de Anápolis, um dos grandes heróis na luta contra o mal do aborto



***

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

(deve-se levar em conta a má-fé do interlocutor)

Várias vezes Jesus foi interpelado pelos escribas e fariseus, que queriam deixá-lo em situação embaraçosa. Como não agiam de boa-fé, mas com má intenção, Jesus costumava devolver-lhes a pergunta. Assim, eles passavam de interpeladores a interpelados. Vejamos alguns exemplos.
Após a expulsão dos vendedores no Templo, os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo vieram perguntar a Jesus: "Com que autoridade fazes estas coisas? E quem te concedeu essa autoridade? " (Mt 21,23). Em vez de responder imediatamente, Jesus formulou uma pergunta: "Também eu vou propor-vos uma só questão. Se me responderes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas" (Mt 21,24). A pergunta foi: " O batismo de João, de onde era? Do Céu ou dos homens?" (Mt 21,25). O Evangelho prossegue: Eles arrazoavam entre si, dizendo: "Se respondermos 'Do Céu', ele nos dirá: 'Por que então não crestes nele?'. Se respondermos 'Dos homens', temos medo da multidão, pois todos consideram João como profeta". Diante disso, responderam a Jesus; "Não sabemos". Ao que ele também respondeu: "Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas " (Mt 21,25-27).


* * *
Quando lhe perguntaram se era lícito ou não pagar o tributo a César, Jesus, "percebendo a sua malícia" (Mt 22,15), não respondeu imediatamente. Mandou que lhe mostrassem a moeda do imposto e perguntou: "De quem é esta imagem e esta inscrição?". Os interrogadores, agora na condição de interrogados, responderam: "De César". De posse dessa resposta, aí sim Jesus respondeu: "Devolvei, pois, o que é de César a César, e o que é de Deus, a Deus " (Mt 22,21).

* * *

Quando lhe apresentaram o caso de uma mulher surpreendida em flagrante delito de adultério e perguntaram-lhe "para pô-lo à prova, a fim de terem matéria para acusá-lo" (Jo 8,6), se deveriam ou não apedrejá-la, conforme estava escrito na Lei de Moisés, Jesus simplesmente inclinou-se e escreveu com o dedo na terra. Como insistissem em interrogá-lo, Jesus se levantou e disse: "Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra! " (Jo 8,7). Essa resposta de Jesus fez com que os acusadores passassem à condição de acusados. O incômodo deles foi tamanho que "saíram um após o outro, a começar pelos mais velhos" (Jo 8,9).

* * *

Só vale a pena responder diretamente a uma pergunta sobre o aborto, se o interlocutor estiver de boa-fé. Infelizmente não é esse o caso dos abortistas militantes, que fazem conferências, escrevem em jornais e dão entrevistas na televisão. Dialogar com eles a fim de fazê-los mudar de idéia é como malhar em ferro frio. Se, porém, o debate é público, convém que se responda. Não por causa deles, mas por causa dos outros, que estão assistindo ao debate.
Em uma situação dessas, o defensor da vida deve agir como Jesus diante dos escribas e fariseus. Nos exemplos abaixo, há algumas perguntas abortistas e há dois tipos de resposta pró-vida: a "errada" e a "certa". "Errada", neste caso não significa necessariamente falsa. É uma resposta que, mesmo verdadeira, não atinge o cerne da questão e deixa o opositor em posição cômoda para novos ataques. Por isso ela é estrategicamente errada. A resposta "certa" é aquela que, além de verdadeira, deixa patente a insensatez da posição abortista e transforma o acusador em acusado. É uma resposta estrategicamente certa.


1- Uma menina foi violentada e está grávida. Você acha que uma criança pode ser mãe de outra criança?
ERRADA: Sim, a menina pode cuidar de seu bebê desde que receba ajuda da comunidade.
CERTA: Mãe ela já é! Ao que parece, você não está perguntando se ela pode ser mãe de outra criança. Você pergunta se podemos matar a criança pequena em benefício da criança grande. Respondo que não. Ambas as vidas são igualmente invioláveis.

2- É justo compelir uma mulher a levar adiante a gestação de um feto que não tem cérebro?
ERRADA: Sim, é justo.
CERTA: Pelo que entendi, você pergunta se é justo dar à mãe de uma criança gravemente deficiente o direito de matá-la a fim de se ver livre dela. É claro que a mãe não tem esse direito.

3- Você acredita que a vida de um indivíduo humano começa com a concepção?
ERRADA: Sim, eu acredito.
CERTA: Não, eu não acredito nisso porque isso não é objeto de crença. É uma verdade que eu colho das Ciências Naturais. Da mesma forma, eu não acredito que a Terra é redonda, nem que o morcego é um mamífero. Não é necessária uma revelação sobrenatural para saber que um indivíduo humano começa quando é concebido. Os que defendem o aborto, é que negam esse dado biológico.

4- Nos países que legalizaram o aborto, houve uma queda do número de abortos. Não seria conveniente que os defensores da vida lutassem para legalizar o aborto?
ERRADA: Não é verdade. Em todos os países em que o aborto foi legalizado, o número de abortos aumentou.
CERTA: O que importa para nós, pró-vida, não é o "total geral" de abortos, mas a vida de cada criança em particular. Ainda que, por absurdo, a legalização desse crime levasse à diminuição de sua prática, não poderíamos legalizá-lo. O que importa é a proteção legal desta criança que está no ventre desta mãe. Cada bebê é precioso. Não é um simples número em uma estatística.

5- Você não acha que cada mulher deve ter direito ao próprio corpo?
ERRADA: Sim, mas o direito ao próprio corpo não é ilimitado.
CERTA: Pelo que entendi, para você o corpo humano se compõe de quatro partes: cabeça, tronco, membros e criança. Como a mulher corta as unhas e os cabelos, ela deveria, segundo seu pensamento, poder cortar a criança que carrega em seu útero.

6- Atualmente só as mulheres ricas têm acesso a um aborto seguro. As mulheres pobres acabam morrendo em mãos de curiosas. Não seria melhor legalizar o aborto para por fim a essa hipocrisia?
ERRADA: As mulheres ricas também morrem por causa da prática de aborto.
CERTA: Para o bebê o aborto nunca é seguro, mas é 100% letal. Ninguém, seja rico seja pobre, tem o direito de exigir segurança para si ao matar um inocente. Os ladrões não têm direito a um "roubo seguro"; os seqüestradores não têm direito a um "seqüestro seguro"; os homicidas não têm direito a um "homicídio seguro".

7- Centenas de milhares de mulheres morrem, a cada ano, por causa de abortos mal feitos. Legalizar o aborto não seria uma exigência da saúde pública?
ERRADA: O número anual de mortes maternas por aborto no Brasil não chega a duas centenas.
CERTA: Ainda que fosse verdade que houvesse uma multidão de mulheres mortas a cada ano por causa de "abortos mal feitos", a solução óbvia para evitar essa mortandade seria não abortar. Ao invés de legalizar a morte dos inocentes, é preciso valorizar a maternidade e a vida intra-uterina, e dar assistência às gestantes. Isso sim é uma exigência da saúde pública!

Roma, 7 de outubro de 2007.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis






"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

terça-feira, 16 de outubro de 2007

"Morro porque não morro"

Estou mais do que sem inspiração, estou sem vontade de escrever.

Essa poesia de São João da Cruz é perfeita para momentos assim, em que temos que nos lembrar do que realmente importa.

A angústia de não chegar à pátria celestial, de continuar a viver essa vida terrena, que é pela metade, em comparação à vida plena no Céu, e, na qual, o pecado pode nos matar para a vida eterna. "morro porque não morro". Perfeito.

***

[GLOSAS DA ALMA QUE PENA POR NÃO VER A DEUS]

Vivo sem viver em mim
E de tal maneira espero
Que morro porque não morro

1. Em mim eu não vivo já,
E sem Deus viver não posso;
Pois sem Ele e sem mim quedo,
Este viver que será?
Mil mortes se me fará,
Pois minha mesma vida espero,
Morrendo porque não morro.

2. Esta vida que aqui vivo
É privação de viver;
E assim, é contínuo morrer
Até que viva contigo.
Ouve, meu Deus, o que digo,
Que esta vida não a quero
Pois morro porque não morro.

3. Ausente estando eu de ti,
Que vida poderei ter
Senão morte padecer,
A maior que jamais vi?
Pena e dó tenho de mim,
Pois se assim eu persevero,
Morrerei porque não morro.

4. O peixe que da água sai
Nenhum alívio carece
Que na morte que padece,
Afinal a morte lhe vale.
Que morte haverá que se iguale
Ao meu viver lastimoso,
Pois se mais vivo, mais morro?

5. Quando penso aliviar-me
Vendo-te no Sacramento,
Faz-me em mim mais sentimento
De não poder-te gozar;
Tudo é para mais penar,
Por não ver-te como quero,
E morro porque não morro.

6. Se me deleito, Senhor,
Com a esperança de ver-te,
Vendo que posso perder-te
Redobra-se em mim a dor;
Vivendo em tanto temor
E esperando como espero,
Morro sim, porque não morro.

7. Livra-me já desta morte,
Meu Deus, entrega-me a vida;
Não ma tenhas impedida
Por este laço tão forte;
Olha que peno por ver-te,
O meu mal é tão inteiro,
Que morro porque não morro.

8. Chorarei já minha morte
Lamentarei minha vida,
Enquanto presa e retida
Por meus pecados está.
Oh! Meu Deus! Quando será
Que eu possa dizer deveras:
Vivo já porque não morro?


"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Intuição Feminina


A intuição é esse estranho instinto que permite à mulher saber que está certa, mesmo que ela não esteja.


Helen Rowland (1875-1950), jornalista americana. direto do blog do Antonio Fernando Borges

"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

EU AMO MEU PASTOR ALEMÃO

Papa Bento XVI


Seguindo a idéia do blog do Elton






"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Resumo demolidor

"Uma parte da estratégia marxista é a teoria do empobrecimento: esta defende que, numa situação de poder injusto, quem ajuda o homem com iniciativas de caridade, coloca-se de facto ao serviço daquele sistema de injustiça, fazendo-o resultar, pelo menos até certo ponto, suportável. Deste modo fica refreado o potencial revolucionário e, consequentemente, bloqueada a reviravolta para um mundo melhor. Por isso, se contesta e ataca a caridade como sistema de conservação do status quo. Na realidade, esta é uma filosofia desumana. O homem que vive no presente é sacrificado ao moloch do futuro — um futuro cuja efectiva realização permanece pelo menos duvidosa. Na verdade, a humanização do mundo não pode ser promovida renunciando, de momento, a comportar-se de modo humano. Só se contribui para um mundo melhor, fazendo o bem agora e pessoalmente, com paixão e em todo o lado onde for possível, independentemente de estratégias e programas de partido. O programa do cristão — o programa do bom Samaritano, o programa de Jesus — é « um coração que vê ». Este coração vê onde há necessidade de amor, e actua em consequência."


(Papa Bento XVI, Encíclica "Deus Caritas Est")





"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Desculpas e Deus é Amor.


Nos últimos dias estive meio sumido. Um tanto assoberbado com discussões, pensamentos e preguiças (mea culpa).

Não fiquei totalmente descolado deste blog. Adiantei a segunda parte do artigo sobre a alteridade, coloquei alguns links novos, pesquisei algumas novas fontes e terminei de ler, finalmente, a lindíssima Encíclica "Deus Caritas Est" (Deus é amor). Na verdade comecei a lê-la várias vezes, mas sempre parava nas últimas páginas, guardando-as como se guarda o último bombom, para degustar no melhor momento, quando nada mais requeira atenção, e se entregar somente à isto, sem distrações (o que acaba nunca acontecendo).
A Encíclia é, como disse, belíssima. Eu diria que tem a beleza própria da Verdade, aquela que parece transbordar em nossos corações, como transbordou do coração de quem escreveu. Além disto, é muito bem escrita, clara, lógica, poética na simplicidade e profundidade. Enfim, emocionante quase à provocar lágrimas ("quase" só porque eu me seguro :-)).

Não é uma emoção vinda do sensível, obviamente, mas racional e espiritual, por dizer aquilo que quero dizer, por estar no meu coração, mas que não consigo, seja por falta de capacidade, estudos, meditação ou "todas as alternativas anteriores".

Por fim, não tivesse outro mérito, já seria boa simplesmente por mostrar o Bento XVI verdadeiro, aquele que a mídia faz questão de esconder, um homem cheio de amor, como poucos.

Leiam, leiam, leiam... e apliquem.




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

sábado, 6 de outubro de 2007

Legendas que gostaríamos de ver (1)

Hoje estou muito bem humorado hehehe. Segue uma foto de Sua Santidade, com algumas legendas que gostaríamos de ver.

Papa recebe comissão de descontentes com o Motu Proprio: "Falem com minha mão", diz sua Santidade.


ou


Bento XVI para audiência de descontentes com o Motu Proprio: "Quem tem o poder de liberar a Missa Tridentina, levante a mão... Acho que isso resolve a questão."


***
post inspirado no post original do WDTPRS, lá tem outras legendas no mesmo nível :-)


"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt."

Para descontrair

Recebi por e-mail o texto abaixo, com alto teor científico. Da série, "como não pensamos nisso antes??"

***

A lógica nas mãos das gerações mais novas...

Dos fenômenos da natureza:Pela observação cotidiana sabemos que: (1) um gato que for lançadode uma janela ou outro lugar elevado cairá de pé, com as patas para baixo,estável sobre suas patas. (2) Também foi observado e constatado por Murphy,que, ao soltar da mesa em direção ao chão um pedaço de pão com manteiga, elevai cair com o lado da manteiga para baixo.

Proposição de experiência:
Amarrar um pedaço de pão com manteiga, com o lado da manteiga paracima, nas costas de um gato.

Que acontecera?
1) Cairá o gato sobre suas patas?
2) A manteiga lambuzará o chão?

Analisando o mecanismo:
1) Das leis da Manteigologia decorre que a manteiga deve atingir osolo. Portanto, cria-se um momento de rotação que gira o sistema para que amanteiga atinja o chão.
2) Das estritas leis da Aerodinâmica Felina temos que o gato nãopode machucar seu dorso peludo. Portanto, exercendo igual força rotacional para que suas patas atinjam o chão.

Dedução Lógica:
Se o aparelho combinado: gato + pão-com-manteiga for lançado, a natureza não tem meios de resolver o paradoxo. Portanto, ele simplesmente não cai.
É isso mesmo, acabamos de descobrir o segredo da antigravidade! Um gato amanteigado irá, quando lançado, mover-se rapidamente a uma altura ondeas forças do pulo-do-gato e da repulsão da manteiga estarão em equilíbrio.Este ponto de equilíbrio pode ser modificado tirando um pouco damanteiga, o que proporciona uma elevação, ou amputando uma das patas dogato, permitindo assim um declínio.

Cuidados Necessários:
Há o perigo de que gatos famintos consigam comer os pães das suascostas. Se conseguirem, eles desabarão instantaneamente. É claro que osgatos vão cair sobre as patas.

Utilidade prática dessa descoberta:
Dados técnicos para construir uma nave espacial com dispositivo antigravidade: Propulsionar uma nave por meio de gatos congelados emanimação suspensa (a cerca de -190 graus Celsius) com pães com manteigaamarrados nas costas, evitando, assim, a possibilidade de colisões devido afelinos temperamentais, ou famintos.

Questão complementar:
Como guiar a nave, uma vez que os gatos são mantidos estáticos?

Solução Lógica:
Sabe-se que vestir uma camisa toda branca para ir a uma cantinaitaliana é uma maneira garantida de fazer uma viagem à lavanderia. A camisa,quanto mais branca, mais procura o molho.

Proposta para o problema de direção:
Recobrir o exterior da sua nave espacial com camisetas brancas.
Instalar quatro esguichos simetricamente ao redor da nave (que tem, é claro,o formato de um pires).
Dispare molho de tomate de acordo com as direçõesque você quer ir.
A nave, arrastada pelas camisetas, ira automaticamente seguir o molho.
Se forem usadas camisas tipo T-Shirt, não consegue-se ir tão rápido quanto se usar, digamos, camisas de seda pura.

Exceção:
Só não funciona muito bem nos poços gravitacionais mais profundos,pois o molho de tomate, agora caindo num buraco negro, vai arrastar a navecom ele, a despeito da contra força da máquina antigravitacionalgato/manteiga.
A única esperança nesse momento é pulverizar enormes quantidades de OMO. Isto criará a tão conhecida “Força Gravitacional Dupla Ação”.

Descobertas adicionais:
Pesquisas recentes demonstraram que a substituição de manteiga porgeléia de framboesa potencializa muito o sistema, pois pela Lei de Murphy sabemos que quanto mais caro é o produto que está sobre o pão, mais certamente este cairá com a face, que contém o produto, para baixo.

***

Sem comentários. :-)




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O importante está no fim...

O último post do blog do Elton falava sobre saudosismo. De certa forma eu também sofro um pouco deste "mal".. Vai ai uma certa dose de desapontamento com os tempos modernos, uma percepção de que não estamos no auge dos Tempos, de que não somos, sequer, "superiores" à nossos antepassados.

Porém, se trata de uma análise por comparação, e conforme se mude o foco do que é comparado, pode-se mudar também o diagnóstico. Exemplo, se compararmos a o senso moral médio do homem do medievo com aquele do homem moderno, levando em consideração a moral católica, estamos em franco declínio, mas se a comparação se faz com a quantidade de descobertas científicas, a linha se inverte. Por isso não levo meu saudosismo ao extremo e procuro compensá-lo com certa dose de otimismo.

Mas sinceramente, o exemplo do Elton talvez tenha sido daquele clássico, em que há pouca dúvida. Comparando a qualidade da música, nosso tempo leva de lavada.

Agora, o mais incrível é que eu disse isso tudo, só para poder colocar uma música do Cartola.. Sério, eu tenho que parar com essas introduções...


As rosas não falam
(Cartola)



Bate outra vez, com esperança o meu coração

Pois já vai terminando o verão, enfim

Volto ao jardim, na certeza que devo chorar

Pois bem sei que não queres voltar para mim

Queixo-me as rosas, que bobagem

As rosas não falam

Simplesmente as rosas exalam

O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir, para ver os meus olhos tristonhos


E quem sabe sonhar com os meus sonhos, por fim.










"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Conselhos do Mestre.

SOBRE O MODO DE ESTUDAR

Tomás de Aquino


Já que me pediste, frei João - irmão, para mim, caríssimo em Cristo -, que te indicasse o modo como se deve proceder para ir adquirindo o tesouro do conhecimento, devo dar-te a seguinte indicação: deves optar pelos riachos e não por entrar imediatamente no mar, pois o difícil deve ser atingido a partir do fácil. E, assim, eis o que te aconselho sobre como deve ser tua vida:


1. Exorto-te a ser tardo para falar e lento para ir ao locutório.

2. Abraça a pureza de consciência.

3. Não deixes de aplicar-te à oração.

4. Ama freqüentar tua cela, se queres ser conduzido à adega do vinho da sabedoria.

5. Mostra-te amável com todos, ou, pelo menos, esforça-te nesse sentido; mas, com ninguém permitas excesso de familiaridades, pois a excessiva familiaridade produz o desprezo e suscita ocasiões de atraso no estudo.

6. Não te metas em questões e ditos mundanos.

7. Evita, sobretudo, a dispersão intelectual.

8. Não descuides do seguimento do exemplo dos homens santos e honrados.

9. Não atentes a quem disse, mas ao que é dito com razão e isto, confia-o à memória.

10. Faz por entender o que lês e por certificar-te do que for duvidoso.

11. Esforça-te por abastecer o depósito de tua mente, como quem anseia por encher o máximo possível um cântaro.

12. Não busques o que está acima de teu alcance.

13. Segue as pegadas daquele santo Domingos que, enquanto teve vida, produziu folhas, flores e frutos na vinha do Senhor dos exércitos.

Se seguires estes conselhos, poderás atingir o que queres.

Saudações.
***
"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Elevando o nível

[post alterado em 22 de maio de 2008, para a adeqüação do texto da poesia]

Ainda poesia, mas agora de um Santo, uma poesia elevada e elevante. :-) Sobre a única verdadeira consolação, sobre o norte da vida, que lhe dá sentido ainda que nada mais haja.


Aliás, para o Santo, mesmo que haja, pois diante do Sumo Bem, diante do Amor que Deus nos oferece, ele se desapega de qualquer outra coisa, tão infinitamente pequenas elas são, em comparação com a magnitude da Luz divina. Por isso se entrega totalmente e reorganiza tudo através e por este Amor no qual está imerso e que, qual chama, lhe consome, mas não com dor, mas como gozo espiritual. Já não se arrima, não se prende, ao terreno, mas se arrima ao Celestial. Sua vida é, neste sentido, Celestial.

Não reparem nessa pequena introdução. Não sou bom nessas coisas, prometo tentar me controlar da próxima vez hehehehe. Vamos ao poema, e depois um resumo da vida do Autor.

Sem arrimo e com arrimo,
sem luz e às escuras vivendo,
todo vou me consumindo.


Minha alma está desprendida
de toda a coisa criada

e sobre si levantada,
nunca saborosa vida

só em seu Deus arrimada.
Por isso já se verá

a coisa que mais estimo,
que minha alma se vê já

Sem arrimo e com arrimo.


E embora trevas padeço
nesta vida mortal,

não é tão grande o meu mal,
porque se de luz careço,
tenho vida celestial;
porque o amor dá tal vida,
quanto mais cego vai sendo,
que tem a alma rendida,
sem luz
e às escuras vivendo.


Faz obra tal o amor
depois que o conheci,
que se há de bem ou mal em mim,
tudo se faz de um só sabor,

e à alma transforma em si;
e assim s
ua chama saborosa,
a qual em mim e
stou sentindo,
apressa sem restar c
oisa,
todo me vou consumindo.


...


São João da Cruz(*1542 +1591). Confessor e Doutor da Igreja. Nasceu em Fontiveros, na Espanha. Aos 21 de idade, recebeu o hábito da Ordem Carmelita. Infelizmente, ficou muito desiludido pelo relaxamento da vida monástica em que viviam os conventos carmelitas. Então juntamente com Teresa de Jesus, reformou o ramo masculino do Carmelo. Seu zelo e o sucesso de seus esforços causaram-lhe provações humilhantes, que lhe ensinaram a subir, dentro da noite escura, até à experiência mística do nada do homem diante da Majestade Divina. Não procurava consolações, pois sabe que, como interpretará Terezinha do Menino Jesus: “Sua consolação é não ter consolação”. É um grande mestre nos caminho do espírito. As suas obras, Subida do Monte Carmelo, Noite Escura, Cântico Espiritual, Chama Viva de Amor e muitos ditos, valeram-lhe o título de Doutor da Igreja universal. Faleceu santamente aos 49 anos. Sua festa litúrgica é no dia 14 de dezembro. "Onde não há amor, coloque amor e receberá amor." (texto obtido na comunidade de São João da Cruz, no orkut)

São João da Cruz, rogai por nós!




"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Por que escrever?

Realmente não acho que eu tenha uma escrita de grande qualidade. Na verdade, nem eu mesmo gosto de ler aquilo que escrevo, muito embora, raras vezes (tá bom, raríssimas), me surpreenda com uma qualidade razoável aqui ou ali. Tenho grandes dificuldades de escrever corretamente, preguiça de enfileirar os argumentos e dedos que não acompanham o ritmo do cérebro.

Também não tenho grandes pretensões filosóficas, sei que o que tem de bom nos meus pensamentos vem dos outros, e outros mais escrevem muito melhor sobre a mesma coisa.

Da mesma forma, não posso dizer que me seduza algum tipo de vaidade. Muito embora não possa negar que tenha que lutar contra ela várias vezes, e que mesmo a possibilidade de uma fama, faminha que seja, me preocupa. Mas a quem não preocupa, não é mesmo!? Talvez eu seja até um pouco escrupuloso, mas prefiro evitar esse tipo de satisfação infantil, essa falsa e enganadora recompensa de se achar, de certa forma, amado. E nisso a consciência da minha fraqueza redacional ajuda bastante.

Mas por que escrever, então?

Fosse por mim, eu já teria me acomodado em ficar sempre em uma extremidade só da comunicação, a que recebe, a que lê. Mas meu amigo Carlos Ramalhete, em umas poucas palavras, me convenceu a não só consumir, mas tentar produzir alguma coisa, nem que seja uma cópia piorada. "Rapaz, com tanta porcaria que escrevem por ai hoje em dia, qualquer coisa que não seja lixo é boa", foi mais ou menos isso que ele me disse.

A idéia é, na verdade, ocupar espaço, é fazer um contraponto à contra-cultura, à revolução, tal como ensinou o Dr. Plínio, ao pensamento hoje, infelizmente, dominante, que vai, aos pouquinhos, corroendo o maravilhoso edifício da civilização ocidental, cristã por identidade e vocação.

A consciência de que somos o que somos por conta de uma série de tradições, e a crença de que, primeiro, nada melhor podemos ser se esquecermos delas, e segundo, a tradição cristã é o que de mais elevado a humanidade produziu (e nem falei da incomensurável importância da Revelação), são o que me provocam à escrita.

Não tenho pretenções soteriológicas. Não serei eu a fazer alguma diferença para a preservação da cultura brasileira, muito menos da civilização ocidental. Meus planos são menores. Uma ou duas pessoas que percebam e valorizem sua identidade cristã, já terá sido uma conquista imensa, mas ter oferecido um pouco de água fresca, da minha fonte ou de terceiro, a uns poucos amigos, para mim já é suficiente.

...

Essa semana, tentarei terminar a segunda parte da reflexão sobre o outro.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Já lhes falei da minha irmãzinha amada???



Pois é Elton, sendo hoje o dia dela, não poderia deixar de homenagear minha "irmãzinha" aqui no blog. Pena que só arranjei tempo agora.

Quão grande é o amor de Deus, que já tendo feito tanto por nós, ainda nos envia essa santinha, que na sua simplicidade, no seu carinho e delicadeza, nos ensina a abraçar a Cruz. É impressionante como essa jovem mulher (24 anos), conseguiu ser declarada Doutora da Igreja, posto em que apenas figuram gigantes como Santo Tomás e Santo Agostinho, e no qual estão apenas mais duas mulheres além dela, Santa Catarina de Sena (que também é gigante na sua pequenez) e Santa Tereza d’Avila.

Um pequeno resumo da vida dessa minha irmãzinha muito amada, que não cessa de interceder por nós junto a Deus.

Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, Virgem e Doutora da Igreja

Discreta e silenciosa, durante a vida quase não chamou a atenção sobre si. Parecia uma freira comum, sem nada de excepcional. Faleceu aos 24 anos, tuberculosa, depois de passar por terríveis sofrimentos. Enquanto agonizava, ouviu duas freiras comentarem entre si, do lado de fora de sua cela: "Coitada da Irmã Teresa! Ela não fez nada na vida... O que nossa Madre poderá escrever sobre ela, na circular em que dará aos outros conventos a notícia da sua morte?" Assim viveu Santa Teresinha, desconhecida até mesmo das freiras que com ela compartilhavam a clausura do Carmelo. Somente depois de morta seus escritos e seus milagres revelariam ao mundo inteiro a verdadeira envergadura da grande Santa e Mestra da espiritualidade. A jovem e humilde carmelita que abriu, na espiritualidade católica, um caminho novo para atingir a santidade (a célebre "Pequena Via"), foi declarada pelo Papa João Paulo II Doutora da Igreja.

Convém lembrar ainda, que descobriu sua vocação muito cedo, e aos 15 anos já lhe afligia enormemente o fato de não conseguir entrar para o mosteiro e entregar sua vida à Seu Bem Amado. Indo buscar a autorização do padre, do Bispo e, finalmente, do Papa em pessoa.



O arranjo no cabelo foi um truque feito por ela, para dar ao bispo a impressão de que era mais alta, e logo, mais velha, o que lhe permitiria entrar no Carmelo. :-) Evidentemente não funcionou. :-)

Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, rogai por nós.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

Mais Camões

Por inspiração direta do blog "O Indivíduo":

Os bons sempre vi passar


Luís de Camões

Os bons sempre vi passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m’ espantar,
os maus sempre vi nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau; mas fui castigado.
Assim que só para mim
anda o mundo concertado.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"