terça-feira, 29 de abril de 2008

da coleção "deixando as coisas bem claras" - II

Aproveitando o comentário do Elton sobre o primeiro post da série, vou catar um post do blog dele que cabe direitinho aqui.

"O grande Luiz Gonzaga, o rei do baião, conta uma – estória – que acho muito engraçada.

Um dia o cangaceiro Virgulino Lampião resolveu visitar a cidade de Juazeiro do Norte para encontrar com o Padre Cícero Romão que lá residia. Quando os cangaceiros entraram na cidade foi aquele alvoroço só.

Mas, os cangaceiros rumaram logo para a Igreja com as armas guardadas. Entraram, se ajoelharam, rezaram e logo depois sentaram nos bancos a espera do padre.

Padre Cícero entrou e Lampião foi logo se levantando, mas, o padre disse:
- Fique aí mesmo Virgulino. Converso com você daqui Virgulino. Quem foi que lhe chamou aqui?
Quem foi que lhe chamou em Juazeiro, Virgulino?

O padre já estava segurando o seu famoso cajado. E foi se aproximando.

Lampião respondeu:
- Eu vim lhe pedir a benção, meu padrinho!
Padre Cícero disse:

- Eu não sou teu padrinho, Virgulino. Eu não sou padrinho de cangaceiro, Virgulino. Quem lhe chamou aqui no Juazeiro? “Tu quer” minha (levantando o cajado) benção, Virgulino? Então toma (aceitando o cajado no lombo do cangaceiro) pá, pá, pá, pá...

Lampião, encolhido disse:

- Ô, padre macho!"


"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

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