Bons frutos devem vir dessa visita e não só para as igrejas particulares dos EUA mas para toda a Igreja Católica (ia escrever u n i v e r s a l..., mas fiquei com medo das propagandas que iriam aparecer no google adsense ai do lado hehehehehe).
Penso assim porque não tomo esta viagem como um evento isolado. Quero crer, e a análise não é só minha, que Sua Santidade tem uma estratégia, um plano a longo prazo para o seu rebanho, ou ao menos o esqueleto de um.
Os recados não poderiam ser mais claros: - A Europa (que já sente as influências daninhas do ateismo político), deve aprender com os Estados Unidos que "a democracia só florece quando os líderes e aqueles a quem representam são guiados pela Verdade e usam a sabedoria nascida da moral nas decisões que afetam a vida e o futuro da nação" (Democracy can only flourish, as your founding fathers realized, when political leaders and those whom they represent are guided by truth and bring the wisdom born of firm moral principle to decisions affecting the life and future of the nation - discurso na Casa Branca, tradução beeeem livre); - A liberdade religiosa deve ser sempre respeitada; - a tradição de um povo é que lhe dá identidade e ela deve ser mantida e protegida, sob pena de se disvirtuar seu próprio ser (mais um recado evidente para a Europa, que faz de tudo para esquecer sua identidade cristã); etc...
Isso é bastante coerente com o que ele tem dito e feito até aqui e, embora pareça mais voltado para a Europa, a análise e diagnóstico se aplicam a toda a Igreja, já o tratamento requer doses maiores ou menores de acordo com o grau de doença do paciente e nesse caso as igrejas européias estão na UTI, sob o risco de uma invasão muçulmana.
Como eu disse, esta análise não é só minha. George Weigel deu sua opinião na NewsWeek (How Benedict XVI Will Make History - The master teacher who follows John Paul is a moral leader who's begun an unprecedented conversation with Islam.). É apenas uma opinião, mas a meu ver pode não estar longe da realidade. Lá ele afirma que o poder papal hoje, após Leão XIII, é claramente de ordem moral e compara a atuação do Grande João Paulo II para a queda do regime comunista europeu com a atuação de Bento XVI para uma nova conversa com o Islã, uma reforma dos rumos que aquela religião tem tomado sob influência principalmente dos Wahhabitas, que permita a convivência pacífica e pluralista (mas não relativista) entre as duas religiões (e aí a viagem para os EUA e os discursos elogiando a pluralidade religiosa daquelas terras, sem cair em um relativismo, se encaixam perfeitamente), para isto o autor relembra uma série de fatos que já marcaram o pontificado de Bento XVI, como a aula magna em Regensburg, o encontro com o Rei da Arábia Saudita, etc... Por fim ressalta as qualidades de grande professor do nosso Papa. Enfim, para quem entende um pouco de inglês vale a pena a leitura.
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Um detalhe que passou despercebido por quase todo mundo foi o elogio que Bush fez ao discurso do Papa, assim que este terminou o presidente veio cumprimentá-lo e disse um pouco longe dos microfones: "Awesome speech" (discurso impressionante). O vídeo estava no Youtube mas tiraram, se voltar eu posto aqui.
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