quarta-feira, 11 de março de 2009

Pirracentos

O bloguinho anda meio sem atualizações e tenho que pedir desculpas aos meus fiéis leitores (com o perdão do trocadilho :-)). Isto está acontecendo por dois motivos: Primeiro porque encasquetei que tenho que escrever sobre um tema específico, e isso, como sempre, acaba me paralisando, ainda mais porque peguei algum material para ler antes e não tenho idéia de onde começar; O segundo motivo é que não queria escrever muito sobre a movimentação em torno da polêmica envolvendo D. José Cardoso Sobrinho.

Já manifestei aqui meu apoio irrestrito ao ato de modelar macheza de Sua Excelência Reverendíssima e rezo por ele todos os dias, mas a poeira que está se levantando por conta de algo tão simples a meu ver só tem uma explicação: minar a autoridade moral da Igreja.

A questão é clara como água: Quem assassina crianças indefesas no ventre materno, ou participa de alguma forma deste ato, está fora da comunhão com a Igreja, ponto. E foi exatamente isto o que fizeram com os gêmeos que a pobre menininha carregava em seu útero. Mais: com tal crueldade que não se desejou nem mesmo dar uma pequena chance de vida para eles, esperando algumas semanas para que se fizesse uma cesariana.

Mas o incrível é que apesar disso tudo ninguém discute a falta de um laudo médico demonstrando o perigo à vida da pequena mãe, ninguém sequer se questiona se as duas vidas mereciam pagar pelo crime cometido pelo pai, mas, ao invés, fazem um escarcéu porque o Bispo comunicou às pessoas envolvidas que elas estavam fora da comunhão com a Igreja. Ora, façam-me o favor.

Qual é o problema afinal? Colocar para fora da Igreja quem não liga a mínima para os seus dogmas? Sim, porque se o sujeito intimamente ainda se considerava um católico, ou por desconhecer a ilicitude de seu ato ou por ter sido movido simplesmente pelo desejo de salvar uma vida sem perceber o assassinato das outras duas, o ato de D. Sobrinho foi de extrema misericórdia, pois, se antes não sabia, agora pode correr ao bispo para buscar seu perdão e sua regularização, imagina se morre sem saber?

Se para os não-católicos a comunicação da excomunhão não tem sentido nenhum e para os católicos é um ato de misericórdia, qual o motivo de tanta polêmica então? Simples, fazer calar uma das poucas vozes fortes contra a liberação do infanticídio neste país, a Igreja, e a única forma que encontraram de fazer isso foi esperneando, batendo o pezinho, desviando a atenção do crime cometido para a pirraça de quem sequer está ligando para o castigo. Dá para perceber como essa gente está preparada para discutir um tema tão sério como a proteção à vida.

No mais, a curto prazo, a estratégia falhará miseravelmente: O sentimento popular de autoridade moral da Igreja só deve se fortalecer com tudo isto, já que a excomunhão foi bastante ressaltada como algo forte e da qual se deve fugir; e Cristo ensinou que devemos nos alegrar quando nos perseguirem por causa dEle, estamos todos felizes, principalmente deve estar Sua Excia. Revma., que de quebra levou as orações de milhares de fiéis.

Pronto, falei!


p.s: Só mais uma coisa, o sr. presidente disse hoje que: "Como cristão, sou contra o aborto, mas como chefe de Estado tenho que tratar como uma questão de saúde pública", já disseram algo parecido para Jesus certa vez: "olha, eu não vejo nada de errado no senhor não, mas como chefe da galera aqui eu vou ter que mandar crucificar".


"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

2 comentários:

Semeando disse...

Bom dia, posso copiar uma parte do seu post para colocar no meu bloguinho?
a paz de Cristo e o amor de Maria.

Christiano O. Pereira disse...

Bom dia minha prezada irmã,

A Paz!

Sinta-se a vontade para copiar o que quiser por aqui. :-) Só peço que, a medida do possível, cite a fonte.

Fique com Deus!

[]'s

Christiano