terça-feira, 6 de março de 2012

Apoio ao Pe. Paulo Ricardo



Mais cedo eu tomei conhecimento de uma carta pública dirigida ao Excelentíssimo Arcebispo de Cuiabá, demais bispos das dioceses de MT e à CNBB, criticando o trabalho e até a sanidade mental do Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, pedindo, ao final, sua suspensão de todas as atividades, uma espécie de silêncio obsequioso.

Só agora de madrugada consegui ler a tal carta e o conteúdo é assustador.

Assustador porque supostamente leva a assinatura de sacerdotes e até bispos. Assustador porque não traz nenhum argumento sólido que possa sustentar uma medida tão grave como a pedida. Assustador porque leva a público uma demanda privada ao Arcebispo local, colocando-o contra a parede. Assustador porque em nome de supostas "calúnias, injúrias e difamação de caráter", caluniam, injuriam e difamam o Pe. Paulo Ricardo.

Vejam bem, a manifestação do padre Paulo que teria motivado a carta vem de uma palestra feita no último carnaval, durante um evento patrocinado pela Arquidiocese, em que o sacerdote diz, em resumo, que há padres que perderam a fé, que não honram a batina ("aliás, nem usa a batina!") e que, com isto, trouxeram o "espírito mundano" para dentro da Igreja.

Os padres que não usam batina se sentiram ofendidos, mesmo não tendo sido nomeados. Poderiam até ter razão se não fosse um problema: o ataque do pe. Paulo é ao padre que perdeu a vida de graça, que quer viver no mundo e não ao padre que não usa batina.

Reduzindo o dito à uma sentença lógica a proposição ficaria assim: Todo padre que quer ser do mundo não usa batina. A carta pública o acusa de dizer: Todo padre que não usa batina quer ser do mundo. Percebem a diferença?

A única "prova" concreta que trazem na carta, não aponta crime nenhum, muito pelo contrário, reflete uma constatação de fato, que todo fiel está careca de ver mundo a fora.

A contradição entre o dito e o alegado é tão óbvia, que no meio da carta o autor lembra que o próprio pe. Paulo Ricardo nem sempre usa batina.

Não vou nem entrar na questão da veste clerical. Basta dizer que o padre tem todo direito de, querendo, defender que a batina é sim a vestimenta principal do sacerdote. Uma interpretação do cân.284 não pode ser motivo de punição, ainda que fosse uma interpretação forçada. O que não é o caso, em absoluto.

O estilo do Pe. Paulo não é o meu. Não sei se estrategicamente é bom trazer certas questões à discussão pública, mas no que tange a doutrina apresentada por ele, nunca vi nada que afrontasse o depósito da fé, nada que pregasse a desobediência aos senhores bispos, nem nenhuma dessas coisas é sequer objeto de prova na carta.

Ora, se não há erro doutrinal, se não há desobediência ou apologia a ela, o único motivo para calar a voz do padre seria o que os signatários pensam dele. O problema é que pensam assim porque discordam de suas interpretações do Vaticano II e do que a Igreja quer dos sacerdotes e leigos, e isto está claríssimo na carta.
 
Então, no fim, a questão se resume a um pedido de "censura", porque não concordam como o padre pensa. A mensagem é: não deixem que ele mude a linha que nós traçamos.

Evidentemente podem haver outras motivações, desconheço a situação em Cuiabá, mas o que aparece na carta pública é isto, sem tirar nem pôr.

Portanto, pelo direito do pe. Paulo Ricardo de ensinar a doutrina católica e expor o que ele crê ser o que a Igreja pede ao sacerdote e ao leigo (como os signatários da carta também fazem), peço que assinem esta petição, dizendo que nós concordamos com esta visão.

Aos meus amigos blogueiros recomendo muita prudência, porque já é algo muito, mais muito errado terem feito uma carta pública, evite errar na outra ponta, agindo com irreverência para com os padres e bispos, ou mesmo como juízes, sobretudo de D. Milton Antônio dos Santos, que acabou recebendo uma batata quentíssima nas mãos. Sobretudo, rezemos pela boa conclusão desta situação toda, com a santificação de todos os envolvidos.

Ao pe. Paulo Ricardo minhas orações para que ele saiba mortificar as acusações, perdoar os agressores, aprender com as admoestações e para que tenha muita serenidade neste momento.

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mais sobre o assunto no Ecclesia Una, que conseguiu achar a tal carta.

comentários também n'O Possível e o Extraordinário, de onde peguei a foto emprestada.


2 comentários:

Alessandro Silva disse...

Irmãos, como protesto, produzi um episódio do Podcast CEFAScast especialmente sobre estes ataques ao Padre Paulo Ricardo e a situação da Igreja!
Baixe o mp3 e ouça o programa completo!
Temos que nos levantar e defender este profeta de Deus e tantos outros sacerdotes fiéis à Igreja!
Conheçam:

http://www.cefascast.org/2012/03/133f50-em-defesa-do-padre-paulo-ricardo.html

Christiano O. Pereira disse...

Caro Wanderley Campos, seu comentário foi moderado, porque a política aqui do blog é não colocar link para páginas que atendem contra a Verdadeira Fé. De qualquer forma, como eu disse no corpo do post, eu não concordo totalmente com o estilo do pe. Paulo, sobretudo quando fala de improviso. Acho que neste caso específico, do vídeo do link, ele foi pouco feliz, não acho que ele realmente concorde que os protestantes são otários.