quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Tradição e Renovação

Acho que se uma coisa ficou clara nas postagens anteriores foi que, ultimamente, tenho me interessado um pouco nos os místicos da Igreja (Sta. Teresinha do Menino Jesus e São João da Cruz principalmente).

Diante da obra poética que produziram eu me perguntava por que é que ninguém se dava ao trabalho de musicar alguns dos seus poemas, sobretudo os músicos carismáticos. Confesso que perguntava sem qualquer conhecimento de causa.

Recentemente, por intermédio do blog do meu amigo Wagner Moura (e, para facilitar a vida dele, já adianto que não é o "Capitão Nascimento"), descobri que existe uma pessoa que se deu esse trabalho :-), foi a Irmã (carmelita???) Kelly Patrícia.

Escutei quase nada da obra dela, uma meia duzia de três ou quatro músicas. Não é estilo que me atraia e achei algumas versões muito forçadas, mas, mesmo assim, gostei de outras. Porém, o que mais me agradou foi notar que alguém resolveu ir atrás do tesouro que a Igreja possui, o que, a julgar por algumas pessoas que conheço, é um fenômeno que tem se repetido dentro da Renovação Carismática Católica (RCC). Graças a Deus! Literalmente.

Particularmente eu acho que o encontro da RCC (fruto da pós-modernidade, ou, como me ensinou um amigo, da hiper-modernidade) com a tradição católica, pode render frutos interessantes.

É fato que a RCC trouxe de volta muitos filhos da Igreja e deu novo ânimo à alguns outros que, embora fiéis, por falta de catequese adequada e por influência desta nossa época, buscavam alguma coisa diferente do que lhes era apresentado nas paróquias (o que já era fruto de uma interpretação do Concílio Vaticano II). Ou seja, a RCC nasce no meio de um processo de "mudança" pastoral proposta pelo Vaticano II, que algumas pessoas entenderam, erroneamente, como um abandono da tradição bi-milenar, e, nesse contexto, se desenvolve com base muito mais naquilo que a Igreja vivia de novo, do que com uma preocupação com o que até então havia sido produzido.

Não quero fazer juízo de valor. Estou dizendo somente, trocando em miúdos, é que a RCC é fruto do seu tempo, como, aliás, soe acontecer com as ações humanas, que calhou ter sido um tempo de novidades e no qual pairava um ar de mudanças.

Basta ver, por exemplo, os métodos ou os termos usados para constatar que a RCC tráz em si essa característica de "mudança", de novidade (no sentido de não-tradicional), e revela, talvez como nenhum outro movimento dentro da Igreja, como a modernidade influenciou a espiritualidade do homem que, por um motivo ou outro, perdeu um pouco do contato com a tradição.

E aqui eu volto ao ponto de partida. Com esse movimento de busca dos tesouros da Igreja a RCC certamente vai amadurecer muito e pode ser que daí surja uma nova valorização da tradição, então já não imposta como herança, como fardo, ou como um conservadorismo incompreensível, mas assumida como identidade, entendida e amada.

... Ou pode ser que nada disto aconteça, veremos... ou não. :-).

Ahh sim, no link para o site do Wagner Moura vocês podem ouvir uma das músicas que mais gostei.



"tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

2 comentários:

Anônimo disse...

Ae, ele voltou! :)

Eu gosto da obra da Kelly Patricia, embora, de fato, algumas musicas nao sejam muito - digamos -receptivas a mim. :)

Mas a proposta e' excelente.

A RCC geralmente so e conhecida quando tem vacilo. Na Cancao Nova, pouca gente sabe, tem missa tridentina quando o Pe. Roberto Litieri esta por la.

Nao passa na TV... :) Mas acontece, as vezes.

Os carismaticos somos muito diversos (e bonitos). Fato.

E rezemos pelos carmelitas... Mais que nunca! Vamos colocar as abortistas no saco! :D

Elton Quadros disse...

Boa volta!
Abraços