quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dos desejos desordenados

1. Todas as vezes que o homem deseja desordenadamente alguma coisa, logo perde o sossego.

O soberbo e o avarento nunca estão sossegados; o pobre, o humilde de espírito vivem em muita paz.

O homem que não é perfeitamente mortificado em si, bem depressa é tentado e vencido em coisas pequenas e vis.

O fraco de espírito e que ainda está inclinado ao que é sensual, com dificuldade se pode desapegar totalmente dos desejos terrenos.

E quando deles se abstém, recebe muitas vezes tristezas e até se enfada se alguém o contradiz.

2. Porém, se alcança o que deseja, sente logo pesar sobre o remorso da consciência, porque seguiu o seu apetite, o qual de nada lhe aproveitou para alcançar a paz que buscava.

É, portanto, na resistência às paixões que se acha a verdadeira paz do coração, e não segui-las. Não há paz no coração do homem sensual, nem no do que se entrega às coisas exteriores, mas no do que é fervoroso e espiritual."

(Imitação de Cristo, Capítulo VI)




"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"

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