
Cá estava eu vendo o jornal local quando me deparei com uma matériabarradenúncia já bastante conhecida por quem se preocupa com o futuro do nosso país: as crianças passam de ano sem sequer saber escrever.
Ahhh, já sabia! No meu último curso universitário conheci algumas dessas ex-crianças e isso não deve assustar mais ninguém, só quem acredita realmente que a educação tem evoluído esses últimos anos, que número de aprovações equivale à um verdadeiro aprendizado, que papai noel existe, é que ainda fica estarrecido com isso.
Os professores, em sua maioria, não tem culpa, são pressionados para que os números sejam positivos. O tal do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), aquele da moça subindo a escadinha na propaganda, é calculado com base nas taxas de aprovação e nenhum governo quer mostrar a realidade, é preferível dizer que tudo está melhorando, mesmo que isto seja uma grande mentira, depois eles consertam com cotas nas Universidades e fica tudo lindo.
Mas o pior é que tem gente que justifica o esquema, claro, como não poderia deixar de ser, com uma lógica ainda mais perversa. Segundo a "doutora em educação" consultada, a reprovação é ruim, a criança fica se achando fracassada... Nãããão diiigaaaa, mas é justamente isto que ela é, não estudou (e veja, é claro que quando a criança não tem capacidade a situação é bem diferente), não se esforçou, não aprendeu, não passou, simples assim. Quando é que, na visão Polyana da tal doutora, a criança deve sair do mundo de faz-de-conta e entrar na realidade? Quando é que ela vai aprender que nada cai do céu? Que a vida também é feita de fracassos? Continuem tratando as crianças sem apresentá-las à realidade e vocês verão que adultos teremos.
Enquanto isto, segundo a professora entrevistada, 80% dos alunos de oitava série, não tem capacidade nem de escrita, nem matemática, para estar onde estão. Brasil, o país do futuro.
"Tuu totus ego sum, et omnia mea tua sunt"
Como viúva de professor de matemática, posso testemunhar que ele foi chamado na Secretaria da Educação "para reciclagem" pois reprovou alunos que não sabiam tabuada.
ResponderExcluirO Estado deu "aulas de reforço" durante duas semanas para os jovens e os aprovou.
A partir dessa data ele perdeu a "paixão" pelo ofício de ensinar.